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DesastresMoçambique

Governo reúne-se para analisar naufrágio em Nampula

Lusa
9 de abril de 2024

Governo moçambicano reúne-se esta terça-feira para discutir medidas para "minimizar o impacto" do acidente com o barco de pesca que naufragou domingo em Nampula, com 130 pessoas a bordo, das quais cerca de cem morreram.

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A embarcação sobrelotada que saiu do posto administrativo de Lunga transportava cerca de 130 pessoas
A embarcação sobrelotada que saiu do posto administrativo de Lunga transportava cerca de 130 pessoasFoto: TVM/AFP

"O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, recebeu com profunda tristeza a notícia do naufrágio de uma embarcação que saía do posto administrativo de Lungo, no distrito de Mossuril, com destino a Nacala, que provocou a morte de mais de cem cidadãos", lê-se num comunicado da Presidência da República.

O chefe do Estado enviou uma delegação governamental, liderada pelo ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, para prestar "ajuda aos sobreviventes, e seu encaminhamento, assim como para a investigação, a fim de se aferir as razões que deram origem a esta tragédia", acrescenta a Presidência.

"Importa referir que, logo após o chefe do Estado ter tomado conhecimento desta tragédia, orientou as entidades provinciais a diversos níveis para mobilizar equipas de salvamento e de análise da situação. Mediante esta tragédia, o Governo moçambicano reunir-se-á amanhã [terça-feira] para avaliar a situação e tomar medidas necessárias para minimizar o impacto deste incidente", refere-se no comunicado.

De acordo com as autoridades marítimas moçambicanas, a embarcação de pesca não estava autorizada a transportar passageiros nem tinha condições para o efeito e as pessoas que transportava fugiam a um surto de cólera no continente, com destino à Ilha de Moçambique, tendo o naufrágio acontecido a cerca de cem metros desta costa.

98 vítimas mortais

As autoridades moçambicanas atualizaram de 91 para 98 o número de vítimas mortais na sequência do naufrágio ocorrido no domingo (07.04) na província de Nampula, norte de Moçambique, estimando ainda que mais de uma dezena de pessoas estão desaparecidas.

As vítimas morreram na sequência do naufrágio de uma embarcação sobrelotada que saiu do posto administrativo de Lunga com destino à Ilha de Moçambique, com cerca de 130 pessoas. Treze pessoas sobreviveram e os restantes estão desaparecidos.

Embarcação sobrelotada saiu do posto administrativo de Lunga e transportava cerca de 130 pessoas
Até ao momento foram encontrados 13 sobreviventesFoto: TVM/AFP

"Trata-se meramente de um barco de pescadores, uma embarcação que não tinha capacidade para o número de pessoas que levava. Continuam a decorrer as buscas", disse à Lusa a porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) na província de Nampula, Rosa Chauque.

Relatos locais indicam que as vítimas, incluindo crianças e famílias completas, estão a ser enterradas de imediato, por falta de condições para a conservação dos corpos.

Autoridades estão a fazer "reflexão"

O ministro dos Transportes e Comunicações moçambicano anunciou na segunda-feira (08.04), num encontro multissetorial em Nampula para analisar este incidente, que as autoridades estão a fazer uma "reflexão" sobre este naufrágio, para "que isto nunca volte a acontecer". 

"Reflexão sobre o que aconteceu, o que não deve acontecer e como é que nos vamos posicionar daqui para a frente, para que o aconteceu não volte a acontecer. Estamos todos aqui para fazer essa reflexão", afirmou Magala.

É necessário "trocar impressões sobre o que aconteceu e não deve acontecer daqui para a frente", insistiu o governante, depois de manifestar solidariedade às famílias das vítimas do acidente.

O presidente da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Ossufo Momade, mostrou-se "profundamente consternado" com o naufrágio e pediu luto nacional. "Exigimos que o Governo decrete luto nacional e que este momento seja reconhecido pelas autoridades como mais um sinal de negligência e falta de segurança públicas", escreveu Ossufo Momade, na sua conta oficial na rede social Facebook.

"Ficámos bastante comovidos e preocupados ao saber que a embarcação em causa é de pesca e não estava vocacionada para o transporte de pessoas o que nos leva a uma reflexão sobre a necessidade da segurança marítima", acrescentou o líder do maior partido da oposição.