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FRELIMO não sabe ou não quer dizer quem são pré-candidatos?

Silaide Mutemba (Maputo)
23 de abril de 2024

O candidato presidencial da FRELIMO continua a ser uma incógnita. O anúncio só deverá ser feito na próxima semana, e isto levanta dúvidas. Analista ouvido pela DW acredita que é estratégia.

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Bandeira do partido FRELIMO, novembro de 2004
Foto: Marco Longari/AFP/Getty Images

A Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) anunciará o seu candidato presidencial para as eleições de outubro no próximo dia 3 de maio. A decisão foi tomada ontem (22.04) durante uma reunião ordinária da Comissão Política, o órgão máximo do partido.

A porta-voz do partido, Ludmila Maguni, informou que, por enquanto, a Comissão Política não tem nomes de pré-candidatos para anunciar. "É neste trabalho que a Comissão Política irá debruçar-se e, quando tivermos os nomes, assim será feito", adiantou apenas.

Esta declaração foi feita após Filipe Nyusi, Presidente da República e líder máximo do partido, ter dito no encerramento da terceira sessão ordinária do Comité Central, no início do mês, que a Comissão Política apresentaria, brevemente, os pré-candidatos às presidenciais.

Democracia interna na FRELIMO

A demora na divulgação dos nomes tem gerado discussões acesas entre os analistas políticos. Wilker Dias, por exemplo, expressa preocupação com o atraso, argumentando que isso pode levantar questões sobre a integridade da democracia interna na FRELIMO.

"Há uma espécie de [semelhança] com a governação do partido no poder: há uma centralização, principalmente na tomada de decisão", comenta Wilker Dias.

O que está a "tramar" a FRELIMO?

O analista também sugere que esse processo possa estar a ser afetado por "interesses pessoais e políticos" do Presidente Nyusi, que foi citado no caso das "dívidas ocultas". Filipe Nyusi era ministro da Defesa na altura do suposto esquema para roubar 2,7 mil milhões de dólares ao Estado moçambicano.

Estratégia da FRELIMO?

Ernesto Júnior, outro analista político, refere, no entanto, que ainda há tempo para conhecer o candidato. E a demora no anúncio poderá beneficiar a FRELIMO.

"É uma forma de não desgastar a imagem do próximo candidato da FRELIMO, que pode ter ocupado um cargo público, o que pode fazer com que a imagem seja desgastada."

O analista acredita, por isso, que "o partido vai indicar o candidato no último momento".

"Os candidatos, do ponto de vista interno, já são conhecidos. Simplesmente ainda não foram tornados públicos. É uma estratégia da FRELIMO", afirma Ernesto Júnior.

A FRELIMO prometeu este ano que a eleição do seu candidato às presidenciais seria democrática e com responsabilidade. 

Moçambique vai a eleições gerais a 9 de outubro, e já decorre a inscrição dos candidatos ao pleito.

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