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Caso Bruno Candé: Enfermeiro é condenado a 22 anos de prisão

mp
29 de junho de 2021

Tribunal considera que assassinato do ator de origem guineense não resultou de um descontrolo momentâneo do arguido, mas sim de um ato premeditado. Sentença foi proferida com a presença de familiares de Bruno Candé.

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Portugal I Bruno Candé Protest
Foto: DW/J. Carlos

O enfermeiro de 76 anos apontado como o autor dos disparos que mataram o ator Bruno Candé foi condenado esta segunda-feira (28.06) a 22 anos e nove meses de prisão. O crime ocorreu a 25 de julho de 2020 na periferia de Lisboa e provocou vários protestos pelo país

Segundo o jornal português Diário de Notícias, além do cumprimento desta pena, a justiça portuguesa determinou o pagamento de uma indemnização cível de 160 mil euros aos três filhos de Bruno Candé por danos de morte e danos não patrimoniais.

A sentença foi proferida no Tribunal de Lourdes, em Lisboa, numa audiência que teve a presença de alguns familiares de Candé. Conforme a imprensa local, a juíza salientou que o cirme foi "perpetrado por um motivo fútil e por ódio racial".

Segundo a magistrada, o autor do crime não tem problema psiquiátrico nem qualquer remorso. Pesa contra o homem o crime de homicídio qualificado e agravado por ódio racial e posse de arma ilegal.

Portugal I Bruno Candé Protest
Caso gerou revolta e protestos em PortugalFoto: DW/J. Carlos

O crime

assassinato do ator de origem guineense na movimentada Avenida de Moscavide chocou a sociedade lisboeta e intensificou o debate sobre o racismo no país. 

O ator de 39 anos estava ligado à companhia de teatro Casa Conveniente. Candé foi morto a tiros e deixou três filhos. Bruno Candé terá discutido com o enfermeiro dias antes por causa de sua cadela. 

Na ocasião, o suspeito teria desferido insultos racistas e ameaçado Candé, afirmando que tinha "armas do Ultramar" e que iria matá-lo - conforme publicou a imprensa portuguesa.

O tribunal considerou que o incidente não resultou de um descontrolo momentâneo do arguido, mas sim de um ato premeditado.

Durante as investigações, o Parlamento da Guiné-Bissau decidiu enviar a Portugal uma delegação para apurar as circunstâncias da morte do ator Bruno Candé.

Brasil revoltado com assassinato