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Aumentam tensões entre Estados Unidos e China

Lusa | rl
8 de agosto de 2020

Governo de Hong Kong considera "selvagens e irracionais" as sanções impostas por Washington a 11 dirigentes chineses, incluindo a chefe do executivo de Hong Kong, Carrie Lam.

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Hongkong Regierungschefin Carrie Lam
Carrie Lam, chefe do executivo de Hong KongFoto: Getty Images/AFP/A. Wallace

O recente anúncio de Washington sobre sanções a 11 dirigrente de Hong Kong veio deteriorar ainda mais os laços entre a China e os Estados Unidos, cerca de um mês depois de Pequim ter introduzido em Hong Kong a controversa lei de segurança nacional.

Em declarações, este sábado (08.08), um alto funcionário de Hong Kong afirmou que as sanções dos Estados Unidos contra os seus onze líderes são "selvagens" e "irracionais" e terão consequências para as empresas norte-americanas.

"Este tipo de sanções que visam funcionários e líderes de outros países são selvagens, desproporcionadas e irracionais", disse o secretário do Comércio de Hong Kong, Edward Yau.

 "Se os Estados Unidos tomarem unilateralmente este tipo de ação irracional, acabará por afetar as empresas norte-americanas", acrescentou.

Edward Yau I Secretary for Commerce and Economic Development I Hong Kong
Edward Yau, secretário do Comércio de Hong KongFoto: Getty Images/AFP/R. Gacad

 Washington anunciou, esta sexta-feira (07.08), sanções contra 11 dirigentes de Hong Kong, incluindo a chefe do executivo, Carrie Lam, acusados de restringir a autonomia do território e a "liberdade de expressão e reunião" dos seus habitantes. 

 "Os Estados Unidos apoiam o povo de Hong Kong e utilizaremos todas as ferramentas e a nossa autoridade para atingir os que atentem contra a sua autonomia", declarou em comunicado o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin. 

 O responsável pela polícia de Hong Kong, o secretário da Segurança e o da Justiça encontram-se entre os responsáveis visados. 

O anúncio das sanções, que preveem a confiscação, nos Estados Unidos, dos bens das pessoas abrangidas pela medida, surge num contexto de agravamento das tensões entre os Estados Unidos e a China, que optou por reforçar o seu controlo sobre a ex-colónia britânica, que deveria garantir uma larga autonomia até 2047 no âmbito do princípio "Um país, dois sistemas". 

 A lei sobre a segurança nacional, imposta no final de junho por Pequim a Hong Kong, "não apenas minou a autonomia de Hong Kong, mas igualmente violou os direitos dos habitantes de Hong Kong, permitindo aos serviços de segurança da China continental operar com toda a impunidade na região", segundo o Tesouro norte-americano. 

Esta lei, imposta em resposta aos meses de manifestações em 2019, uma mobilização sem precedentes desde a passagem para a soberania chinesa em 1987, foi denunciada pelo campo pró-democracia como um instrumento legal para silenciar toda a dissidência.