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Cabinda: Partidos políticos lutam pela sobrevivência

Simão Lelo
30 de maio de 2023

O ambiente político-partidário em Cabinda deteriorou-se desde as últimas eleições gerais em 2022. MPLA quer reverter os resultados das últimas eleições, a UNITA quer mais militantes e a CASA-CE está em risco de colapso.

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Angola Oppositionspartei UNITA, Adalberto Costa Júnior
Foto: Simão Lelo/DW

O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) em Cabinda quer anular a desvantagem que obteve no último pleito eleitoral, quando a UNITA elegeu quatro (dos cinco) deputados ao nível deste círculo eleitoral. Uma comitiva de bureau político do partido no poder em Angola tem vindo a desenvolver um trabalho com militantes em Cabinda para traçar novas estratégias de crescimento. Pedro Neto, chefe da equipa de acompanhamento no MPLA, pede a colaboração de todos.

"Uma província que tem um histórico muito grande em relação ao MPLA. Aqui foi a segunda região militar do MPLA. Temos capacidade para inverter e acima de tudo para reafirmar, porque os nossos militantes de ontem são nossos militantes de hoje", afirmou.

A UNITA tem estado a desenvolver atividades no sentido de se preparar para as eventuais eleições autárquicas em 2024. Entretanto, vários militantes que integravam a coligação da CASA-CE em Cabinda aderiram ao partido do Galo Negro. Um deles é o secretário provincial executivo cessante da CASA-CE, Daniel Ngimbi, que justifica a sua saída. 

"Nós constatamos que os presidentes de partidos coligados na CASA-CE estão mais preocupados em organizar suas vidas particulares, ao invés da vida coletiva. Portanto, ficamos motivados em abandonar a CASA-CE, porque estamos a ver que é impossível recuperar a casa, com a atitude do presidente atual”, disse.

José Agostinho, chefe adjunto da CASA-CE em Cabinda, contradiz essas informações, e diz mesmo que grande parte dos que abandonaram a coligação por frustração. 

"Estão frustrados, porque foram exonerados, e lhes retiram meios de transportes, fato que fez com reunisse esse elenco todo e levá-los ao partido UNITA”, esclareceu.

Karikatur von Sergio Picarra | angolanischer Präsident Joao Lourenco

E de quem será o poder?

Afonso Bungo, outro militante que abandonou a CASA-CE e rumou à UNITA, acredita na chegada do seu novo partido ao poder. 

"Acho que chegou a hora da mudança. Foi algo espontâneo e o desafio é trabalhar com a UNITA para que possa chegar ao poder, a ver se a vida socioeconómica do país melhore.” 

O secretário provincial da UNITA em Cabinda, João Manuel, entende que só será possível chegar ao poder com a força de todos. 

"Eu quero convidar todos, desde às bases, para trabalharmos juntos, porque esse tipo de governação que se verifica em Cabinda, só quer fazer para o inglês ver", desafiou.

O ativista Geraldo Mfumu Buala considera que a UNITA não tem maturidade suficiente para defender os problemas de Cabinda.  

"Na verdade, a UNITA nunca foi lá grande partido em Cabinda. O que acontece é que as pessoas andam fartas de verem o MPLA no poder. E a UNITA é o que é hoje graças ao trabalho dos ativistas em parte e aos defensores dos direitos humanos”, concluiu.

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