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Angola: Julgamento de Zecamutchima será a 28 de janeiro

Lusa
20 de janeiro de 2022

José Mateus Zecamutchima, líder do Movimento do Protetorado Português Lunda Tchokwe, já tem julgamento marcado. O líder está detido desde os incidentes em Cafunfo, que resultaram em seis mortos pelas mãos da polícia.

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Foto: Amr Nabil/AP Photo/picture alliance

O julgamento do líder do Movimento do Protetorado Português Lunda Tchokwe (MPPLT), José Mateus Zecamutchima, detido após os incidentes de Cafunfo, começa no dia 28 de janeiro, na província da Lunda Norte, anunciou esta quinta-feira (20.01) o advogado.

"O julgamento tem início no dia 28 na cidade do Dundo, província da Lunda Norte, mas Zecamutchima continua detido aqui na Lunda e não temos informações sobre quando será transferido. Estamos à espera que o Estado angolano crie condições para o efeito", afirmou o seu advogado, Salvador Freire, à Lusa.

Zecamutchima está detido pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC), em Luanda, desde 8 de fevereiro de 2021, indiciado pelos crimes de associação de malfeitores e rebelião armada, na sequência os incidentes de 30 de janeiro de 2021, em Cafunfo, província da Lunda Norte, que resultaram em mortos e feridos.

Angola Proteste in Luanda
Polícia angolana reprimindo uma manifestação (foto de arquivo) Foto: Borralho Ndomba/DW

Condição de Zecamutchima preocupa advogado

O advogado manifestou-se igualmente preocupado com a condição de saúde do líder do MPPLT, afirmando que os seus atuais níveis de hipertensão continuam a "inspirar cuidados".

"A sua condição de saúde continua preocupante, nesta altura a seu nível de hipertensão continua a subir e não é só, ele como os outros colegas na Lunda Norte, porque tem lá três detidos no âmbito deste processo, que também estão em condições deploráveis", lamentou Salvador Freire.

Segundo a polícia angolana, cerca de 300 pessoas ligadas ao MPPLT, que há anos defende autonomia daquela região rica em recursos minerais, tentaram invadir, na madrugada de 30 de janeiro de 2021, uma esquadra policial de Cafunfo.

Em defesa, as forças de ordem e segurança atingiram mortalmente seis pessoas. A versão policial é contrariada pelos dirigentes do MPPLT, partidos políticos na oposição e sociedade civil local que falam em mais de uma dezena de mortos.

Zecamutchima é apontado pelas autoridades como cabecilha deste alegado "ato de rebelião", que para os cidadãos locais era uma "manifestação pacífica".

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