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Guiné-Bissau: Tudo em aberto para o controlo da pandemia

Iancuba Dansó (Bissau)
8 de dezembro de 2020

Termina esta terça-feira (08.12) na Guiné-Bissau o primeiro período do estado de calamidade devido à pandemia da Covid-19. Espera-se, a qualquer momento, o anúncio de novas medidas pelo Executivo em Bissau.

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Foto ilustrativaFoto: picture-alliance/AP Photo/E. Mwiche

O Governo guineense tem em mãos uma proposta do Alto Comissariado da Luta Contra a Covid-19 para continuar com a prevenção a nível nacional, mas desconhece-se, para já, se o país vai entrar em estado de emergência, adotar medidas mais restritivas ou manter-se em estado de calamidade.

Com 44 vítimas mortais, a Guiné-Bissau registou, na última semana, mais três casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo dados divulgados pelo Alto Comissariado de Luta Contra a Covid-19. Há atualmente 57 casos ativos no país, 40 dos quais em Bissau, e os restantes 17 espalhados pelas regiões de Bafatá e Gabú, no Leste, Oio e Quínara, no Sul, e Oio, Biombo e Cachéu, no Norte.

Magda Robalo
Magda Robalo, alta comissária para a luta contra a Covid-19Foto: Privat

Mortalidade elevada

Três meses depois do estado de calamidade, a Alta Comissária para a Luta Contra a Covid-19, Magda Robalo, considera positivos os noventa dias de prevenção decretados pelo Governo. "Nós temos uma redução consistente no tempo e mesmo geograficamente, de número de casos, embora continuemos a ter óbitos e uma mortalidade que comparada com o número de casos é elevada", admitiu.

Nas ruas, as opiniões dos cidadãos divergem sobre as medidas a tomar para continuar a combater a pandemia. "Da forma como estamos a verificar que a Covid-19 diminuiu, acho que é normal que o Governo negocie para que tudo volte a normal, como antes", disse um funcionário público.

"Prefiro que usemos máscara e respeitemos o distanciamento social", comentou uma vendora. Já um universitário tem uma opinião contrária: "Como os casos têm diminuído, segundo a própria Alta Comissária para a Covid-19, eu diria que não seria necessário aumentar mais do que o estado de calamidade".

Guinea-Bissau
Utilização de máscara e distanciamento social são práticas pouco usuais na vida pública guineenseFoto: DW/L. Danso

As medidas de combate à Covid-19 têm sido pouco respeitadas no país, nomeadamente no que toca ao uso obrigatório de máscaras na via pública e à proibição de ajuntamentos de pessoas. 

Na semana passada, o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, teve de pedir desculpas publicamente, depois de ter juntado milhares de pessoas num comício no Leste da Guiné-Bissau em plena pandemia.

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"Vamos lançar uma operação do fim do ano, que visa justamente, reforçar as medidas de prevenção, porque sabemos que as festas do fim do ano são, naturalmente, momentos de partilha, de convívio com a família e com os amigos", referiu Magda Robalo.

"Vamos reforçar as medidas de prevenção e continuar a encorajar os guineenses a usarem as máscaras corretamente", frisou.

Os momentos que antecederam o estado de calamidade foram marcados pelo espancamento de cidadãos por polícias, por alegadamente incumprirem as medidas de prevenção. Mas tarde, as próprias autoridades policiais reconheceram o exagero da ação das forças de segurança.

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