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Abel Chivukuvuku em silêncio sobre crise interna na CASA-CE

22 de setembro de 2018

Após auscultação de quatro dias, presidente da CASA-CE não quis comentar situação interna. Futuro da organização política continua em aberto.

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Abel Chivukuvuku
Abel Chuvukuvuku (à dir.) e membros da CASA-CEFoto: DW/B. Ndomba

O presidente da Convergência Ampla da Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), Abel Chivukuvuku, disse este sábado (22.09) que a coligação angolana vai continuar a existir e que só vai fazer declarações sobre a crise interna depois de concluir o processo de auscultação aos seus correligionários.

O líder da terceira força política em Angola fez estas declarações ao fim da reunião que manteve com os secretários provinciais daquela organização, de ter auscultado os líderes dos partidos políticos que formam a CASA-CE e as figuras independentes – processo que teve início na passada terça-feira (18.09).

Em causa está o acórdão do Tribunal Constitucional (TC) que interditou o líder da CASA-CE, esvaziando os poderes de Abel Chivukuvuku e também dos militantes independentes, dando, no entanto, maior atribuição aos partidos coligados.

Angola Luanda - Manuel Fernandes
Conferência de imprensa promovida por cinco dos seis partidos que fazem parte da CASA-CE, em agosto passadoFoto: DW/B. Ndomba

Aquando da divulgação da decisão do Tribunal, em agosto passado, o presidente da coligação esteve ausente do país. Tão logo regressou a Angola, Abel Chivukuvuku começou a ouvir todas as partes em conflito na CASA-CE.

A auscultação terminou este sábado (22.09), mas ainda assim, as expectativas sobre o futuro daquela organização política continuam em questão.

Questionado sobre o resultado das reuniões e também a sua posição quanto ao acórdão do Tribunal Constitucional, o líder da coligação limitou-se a dizer que só fará declarações "quando concluir o processo de consultas e de análises. Por enquanto, não faço declarações".

Chivukuvuku disse que vai analisar as preocupações dos auscultados e realçou também que a CASA-CE não vai acabar.

"Concluíndo as consultas chamaremos as decisões mais apropriadas para a CASA-CE continuar a ser um instrumento útil aos angolanos," garantiu depois da insistência dos jornalistas.

Processo em andamento

A direção da coligação remeteu recentemente ao Tribunal Constitucional angolano um recurso que contesta o acórdão. E aquele órgão de justiça poderá dar resposta na próxima quinta-feira (27.09).

O porta-voz da reunião entre o presidente e os secretários provinciais da CASA-CE, Francisco Viena, disse que o diálogo vai continuar.

Angola politischen Rallye von CASA-CE Partei in Benguela Provinz
Futuro da CASA-CE, que possui milhares de apoiadores, continua em abertoFoto: DW/N. S. D´Angola

O também secretário da coligação na província de Benguela, que faz parte dos membros chamados independentes por não militarem em nenhum dos partidos que constituem a CASA-CE, disse que se a decisão do TC voltar a os prejudicar, o processo poderá chegar ao Tribunal Supremo.

"O acórdão do Tribunal Constitucional não faz parar tudo. Há outros expedientes que podem ser lançados para continuarmos com os debates jurídicos diante de outros fóruns judiciais. Estamos a falar do Tribunal Constitucional e podemos também falar do Tribunal Supremo," sublinhou o político.

Francisco Viena disse ainda que "os independentes representam 99% da CASA-CE. Logo, há interesses que não podem ser ofendidos gratuitamente".

O dirigente político afirmou ainda que há futuros para os independentes na CASA-CE.

"O grande objetivo é continuarmos a dialogar. E se há diálogo, significa que há futuro para todos," defendeu.

Em conferência de imprensa realizada na semana passada, os líderes de cinco dos seis partidos que constituem a Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE): Partido Pacífico Angolano (PPA), Partido Apoio para Democracia e Desenvolvimento de Angola - Aliança Patriótica (PADDA-AP), Partido Aliança Livre de Maioria Angolana (PALMA), Partido Nacional de Salvação de Angola (PNSA) e Partido Democrático Popular de Aliança Nacional de Angola (PDP-ANA) defenderam o diálogo entre todos os membros e prometeram não excluir ninguém.