1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Ucrânia convoca reservistas das Forças Armadas

23 de fevereiro de 2022

Mobilização ocorre após Putin receber permissão do Parlamento russo para enviar tropas para Donetsk e Lugansk. Kiev pede ainda que ucranianos deixem a Rússia imediatamente.

https://p.dw.com/p/47SbQ
Militares ucranianos patrulham região próximo a Donetsk
Militares ucranianos patrulham região próximo a DonetskFoto: Gleb Garanich/REUTERS

As Forças Armadas da Ucrânia emitiram nesta quarta-feira (23/02) uma ordem para mobilizar os reservistas, num movimento de preparo para combater uma invasão por Moscou. Kiev também pediu que seus cidadãos deixem a Rússia imediatamente.

A mobilização ocorre após a Rússia reconhecer a independência de duas regiões no leste ucraniano, controladas por separatistas pró-Moscou, e o Parlamento russo conceder permissão ao presidente Vladimir Putin para enviar tropas para a região.

"Reservistas de 18 a 60 anos serão chamados. A convocação começa hoje por um prazo máximo de um ano de serviço", informaram as Forças Armadas da Ucrânia em mensagem publicada no Facebook.

Segundo o decreto assinado pelo presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, o reservista que não comparecer e nem apresentar justificativa para tal pode enfrentar sanções administrativas e criminais.

A Ucrânia possui cerca de 200 mil reservistas. A maioria deles serviu nos primeiros anos do conflito entre separatistas e forças de defesa ucranianas iniciado há oito anos.

Putin reconheceu formalmente na segunda-feira a independência das autoproclamadas "repúblicas" de Donetsk e Lugansk no leste da Ucrânia. A decisão praticamente enterrou os esforços diplomáticos das últimas semanas e ameaçou descarrilar as negociações de paz em torno do Acordo de Minsk, que tentava solucionar o conflito que já fez mais de 14 mil vítimas.

Após o reconhecimento da independência das regiões separatistas, o Parlamento russo autorizou Putin a enviar forças militares para cumprir "missões de paz" em Donetsk e Lugansk. Com isso, o presidente russo ganhou luz verde para mobilização de tropas para as duas regiões.

Ucrânia pede que cidadãos deixem Rússia

Além de mobilizar os reservistas, o governo ucraniano pediu também nesta quarta-feira que seus cidadãos deixem a Rússia imediatamente e evitem viajar para o país. Segundo o Ministério do Exterior da Ucrânia, a crescente ameaça de "agressão" russa dificulta o fornecimento de serviços consulares na Rússia. Estima-se que até 3 milhões de ucranianos vivam atualmente na Rússia.

O ministro do Exterior ucraniano, Dmytro Kuleba, reafirmou ainda seu apelo para que as potências ocidentais endurecem suas sanções contra a Rússia. Nesta terça-feira, a União Europeia e os Estados Unidos anunciaram medidas de retaliação a Moscou devido à postura do país em relação ao conflito no leste da Ucrânia.

Putin se diz aberto a solução diplomática

Putin afirmou nesta quarta-feira que estaria aberto a uma solução diplomática para o conflito. "O nosso país está sempre aberto ao diálogo direto e honesto para encontrar soluções diplomáticas para os problemas mais complexos", afirmou num discurso televisivo transmitido por ocasião do Dia do Defensor da Pátria.

Ele disse, no entanto, que os interesses e a segurança do país "não são negociáveis". A Rússia tem exigido aos países ocidentais garantias de que a Ucrânia nunca se tornará membro da Otan.

Ao citar como ameaças à Rússia "o afrouxamento do sistema de controle de armas" e "as atividades militares da Otan", Putin alegou, mais uma vez, que as preocupações russas permanecem "sem resposta".

 Ele prometeu também continuar a desenvolver as capacidades do exército e da marinha, as "tecnologias digitais avançadas" e a inteligência artificial, tanto quanto as chamadas armas hipersônicas.

 cn (Afp, Lusa, Efe, Reuters)