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UE anuncia amplo pacote de sanções à Rússia

22 de fevereiro de 2022

Punições atingem vários setores e centenas de indivíduos, incluindo políticos e empresários, e dificulta acesso de entidades russas ao mercado europeu. Objetivo é minar capacidade de Moscou de impor políticas agressivas.

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Sanções contra a Rússia foram aprovadas em uma reunião dos ministros europeus do Exterior em Paris
Sanções contra a Rússia foram aprovadas em uma reunião dos ministros europeus do Exterior em ParisFoto: Michel Euler/Pool)/AP/picture alliance

Os Estados-membros da União Europeia (UE) aprovaram nesta terça-feira (22/02) por unanimidade a imposição de sanções contra a Rússia, após o presidente Vladimir Putin reconhecer oficialmente as autoproclamadas "repúblicas populares" de Lugansk e Donetsk no leste da Ucrânia.

A decisão foi tomada em uma reunião em Paris dos ministros do Exterior dos 27 países do bloco. O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, disse que as sanções "vão ferir a Rússia, e muito”.

A proposta, elaborada inicialmente pela Comissão Europeia, não se limita a proibições de trânsito e congelamento de bens, mas prevê também a proibição da negociação de títulos do governo da Russa, o que dificulta o refinanciamento do Estado russo.

As sanções atingem centenas de indivíduos e empresas. Entre os alvos estão cerca de 350 membros do Parlamento russo que votaram a favor do reconhecimento, por Moscou, das "repúblicas populares" de Lugansk e Donetsk, além de 27 indivíduos e entidades que ameaçam a integridade territorial e a soberania da Ucrânia, explicou Borrell.

Entres as pessoas punidas com as sanções estão figuras centrais dos setores dos negócios, da mídia e da política. Vladimir Putin não está incluído na lista de sanções, o que permite às autoridades europeias imporem medidas ainda mais rígidas, caso necessário.

Borrell, no entanto, ressaltou que os esforços diplomáticos para uma resolução da crise continuarão. "A história ainda não terminou”, disse. Por outro lado, o ministro francês do Exterior, Jean-Yves Le Drian, afirmou que um encontro com seu homólogo russo, Serguei Lavrov, marcado para esta sexta-feira, foi cancelado.

Comissão Europeia elogia decisão

Antes da reunião em Paris, a ministra do Exterior da Alemanha, Annalena Baerbock, enfatizou que os países do G7 e da União Europeia concordam quanto à forma de lidar com a Rússia. Ela disse ter notado "uma grande união", após a reunião informal em Paris. "Queríamos evitar a situação, mas a Rússia decidiu o contrário", observou Baerbock. 

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, exaltou a decisão dos ministros europeus e afirmou que o bloco trabalhará para finalizar o pacote de sanções.

Indivíduos e empresas envolvidas na ameaça à integralidade do território ucraniano serão atingidas diretamente pelas sanções, assim como instituições bancárias que financiam as forças militares russas, explicou Von der Leyen. Com as punições, a capacidade do governo russo de arrecadar fundos nos mercados europeus será restringida.

As medidas também incluem a proibição de negócios entre indivíduos e empresas na UE com as regiões separatistas da Ucrânia, do mesmo modo como foi feito após a anexação da Península da Crimeia pela Rússia, em 2014.

"Vamos tornar o mais difícil possível para o Kremlin avançar suas políticas agressivas”, disse a chefe do Executivo da UE.

Von der Leyen e Borrell elogiaram a decisão alemã de suspender a aprovação do gasoduto russo Nord Stream 2. "Essa crise demonstra que a Europa ainda depende do gás russo”, observou.

rc (dpa, Reuters)