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Promotor independente é nomeado para investigar Trump

19 de novembro de 2022

Anúncio foi feito pelo Departamento de Justiça dos EUA, que alegou interesse público quanto às investigações contra o ex-presidente.

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A imagem mostra o rosto de Jack Smith, procurador independente designado para supervisionar investigações contra Donald Trump. De barba, ele olha diretamente para a câmera, de forma compenetrada.
Jack Smith, que investigava crimes da Guerra do Kosovo no Tribunal de Haia, disse que atuará de maneira independenteFoto: Robin van Lonkhuijsen/AFP/Getty Images

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos nomeou nesta sexta-feira (18/11) o promotor independente Jack Smith para supervisionar as investigações criminais sobre o ex-presidente americano Donald Trump, que há três dias declarou que pretende concorrer novamente ao cargo nas eleições de 2024.

O anúncio ocorreu em uma entrevista coletiva em Washington, liderada pelo procurador-geral Merrick Garland.

Antes de ser designado para assumir essa função, Smith atuava na investigação de crimes da Guerra do Kosovo – que ocorreu no final dos anos 90 –, como procurador-chefe, no Tribunal de Haia, na Holanda.

Garland argumentou que a nomeação de um advogado especial para supervisionar as investigações que pesam contra Trump era de interesse público, uma vez que tanto Trump quanto Biden pretendem concorrer nas eleições presidenciais, daqui a dois anos.

"Com base em desenvolvimentos recentes, incluindo o anúncio do ex-presidente de que ele é candidato nas próximas eleições e a intenção declarada pelo presidente em exercício de ser candidato também, concluí que é do interesse público nomear um advogado especial", afirmou Garland.

Trump é investigado devido a documentos governamentais encontrados em sua casa na Flórida durante uma operação do FBI, em agosto deste ano, e também por seu suposto envolvimento nos eventos que levaram à invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021.

Smith determinará se o ex-presidente – que diz ser vítima de perseguição política – deve enfrentar acusações relacionadas às investigações. Mas continuará se reportando ao procurador-geral, Garland, que terá a palavra final sobre as análises.

Mesmo se for acusado, Trump poderá concorrer à Presidência, já que a lei americana não proíbe que um cidadão acusado ou condenado por algum crime seja excluído da disputa.

Enquanto exercia o cargo, o ex-presidente foi investigado por obstrução à Justiça e conluio com a Rússia, mas nenhuma acusação foi formalmente apresentada contra ele.

Enquanto Trump se diz vítima de perseguição política, analistas veem o seu anúncio precoce de concorrer novamente à Presidência dos EUA como uma tentativa de evitar possíveis acusações criminais.

O procurador-geral dos Estados Unidos Merrick Garland fala em púlpito no qual há o brasão do Departamento de Justiça dos EUA. Atrás dele, há dois funcionários, uma mulher e um homem, e a bandeira dos Estados Unidos.
Durante o anúncio, procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick Garland, argumentou interesse público para a nomeaçãoFoto: Evelyn Hockstein/REUTERS

Smith: "Atuarei de forma independente"

Advogado especial designado para supervisionar as investigações contra Donald Trump, Jack Smith disse que atuará de maneira independente.

"Exercerei um julgamento independente e farei com que as investigações avancem rápida e completamente para qualquer resultado que os fatos e a lei ditarem", declarou Smith em um comunicado divulgado pelo Departamento de Justiça.

A Casa Branca também se manifestou sobre a nomeação. A administração Biden destacou que não vai politizar o sistema de Justiça.

"Não estamos envolvidos nisso… Não estamos envolvidos em investigações criminais", declarou a porta-voz Karine Jean-Pierre. "Essa não é uma questão administrativa, e o presidente já deixou claro que não vai politizar o Departamento de Justiça".

gb (AFP, Reuters)