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História

1999: Conferência de Rambouillet

Frank Gerstenberg (rw)

No dia 6 de fevereiro de 1999, começou no Castelo de Rambouillet, perto de Paris, a busca de uma solução diplomática para a crise de Kosovo.

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Quatro pessoas sentadas à mesa, cercadas por outras pessoas de pé
Assinatura do tratado só se daria em março de 1999Foto: AFP/Getty Images

"O mundo espera uma decisão de vocês!" Desta maneira, o presidente da França, Jacques Chirac, manifestou a expectativa da opinião pública em relação aos participantes da Conferência de Paz para o Kosovo. O representante norte-americano no encontro, Christoph Hill, braço direito de James Hoolbroke, arquiteto da paz em Dayton (em 1995, para a Bósnia-Herzegóvina), estava cético: "É uma tentativa de conciliar o inconciliável."

Os representantes dos kosovares (entre eles cinco membros do grupo separatista armado UCK) e dos governos sérvio e iugoslavo assistiram juntos, na mesma sala, à abertura das negociações pelo presidente francês, na noite do dia 6. Mas, nas duas semanas seguintes, não se encontraram mais nem para as refeições. Enquanto os 17 representantes dos albaneses (a maioria étnica na província sérvia de Kosovo) tinham plenos poderes, os 13 delegados sérvios eram apenas marionetes de Belgrado, a capital da agora extinta Iugoslávia.

Slobodan Milosevic havia prometido a Grande Sérvia ao tomar a presidência em 1989. Para isso, era necessário expulsar os dois milhões de kosovares de origem albanesa, através da violência e perseguição sistemática das minorias. Durante a ofensiva militar iugoslava entre 1998/1999, foram expulsos 500 mil kosovares de origem albanesa, 450 povoados foram queimados e duas mil pessoas assassinadas.

Sugestão de paz

Para acabar com o genocídio, o Grupo de Contato dos Bálcãs alinhavou um acordo de paz que previa mais autonomia para a população de origem albanesa não só no seu território, mas em toda Federação Iugoslava. Em contrapartida, o Kosovo permaneceria província da Sérvia e garantiria a dissolução da UCK. A vigilância do acordo seria feita por um contingente de paz de 28 mil homens.

Belgrado rejeitou categoricamente o estacionamento de tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), levando à interrupção das negociações em 23 de fevereiro de 1999. Elas foram reiniciadas em Rambouillet no dia 15 de março. Três dias depois, a delegação kosovar assinou o acordo de forma unilateral.

A resposta da Otan foram os bombardeios contra alvos sérvios, iniciados em março. Foi a primeira vez em que as Forças Armadas alemãs (Bundeswehr) participaram de uma operação de guerra, desde a Segunda Guerra Mundial. A capitulação das tropas de Milosevic aconteceu em junho, iniciando a derrocada do regime de Belgrado.

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