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Presidenciáveis reagem a ataque contra caravana de Lula

28 de março de 2018

Pré-candidatos à Presidência condenam incidente envolvendo dois ônibus da comitiva do ex-presidente no Paraná. Petista diz que tiros não abalam sua disposição de lutar, e Temer fala em clima de instabilidade no país.

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Lula
"Nossa caravana foi atacada por grupos fascistas", afirmou ex-presidente LulaFoto: Reuters/P. Whitaker

Pré-candidatos à Presidência da República se manifestaram nesta quarta-feira (28/03) sobre o ataque a tiros contra a caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Sul do país na véspera.

Entre os que condenaram o incidente estão os presidenciáveis Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSol), Manuela D'Ávila (PCdoB) e Marina Silva (Rede). O presidente Michel Temer, por sua vez, disse que crimes como esse criam "clima de instabilidade no país".

Segundo a Folha de S. Paulo, presidenciáveis de partidos de esquerda preparam uma resposta ao que chamam de "manifestações fascistas" contra o petista. Membros do PT, PSol, PCdoB e PDT devem se reunir para debater uma reação conjunta à escalada de violência na política, disse o jornal.

Nesta terça-feira, dois ônibus da comitiva de Lula foram atingidos por tiros no trajeto entre as cidades de Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul, no Paraná. Ninguém ficou ferido.

O ex-presidente não acompanhava a caravana no momento do ataque. Em viagem pelo Sul em busca de apoio para sua nova tentativa de concorrer à Presidência, o petista estava na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFSS), em Laranjeiras do Sul, quando os ônibus foram atingidos.

Segundo a Secretaria de Segurança do estado do Paraná, um inquérito policial foi aberto para investigar as circunstâncias do ataque. Duas equipes da unidade de elite da Polícia Civil paranaense, o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), auxiliam nas investigações.

Confira as reações de possíveis candidatos à Presidência neste ano:

Lula (PT)

"Se pensam que com pedras e tiros vão abalar minha disposição de lutar estão errados. No dia em que minha garganta não puder mais gritar, eu gritarei pela garganta de vocês", escreveu o ex-presidente em sua conta no Twitter logo após o ataque.

Michel Temer (MDB)

"Lamento o que aconteceu com a caravana do ex-presidente Lula. Desde quando assumi o governo, venho dizendo que nós precisamos reunificar os brasileiros. Precisamos pacificar o País. Essa onda de violência, esse clima de 'uns contra outros' não pode continuar", disse o presidente no Twitter.

Em entrevista à Rádio Band News, ele acrescentou: "É uma pena que tenha acontecido isso porque vai criando um clima de instabilidade no país e um clima de falta de pacificação, que é indispensável no presente momento. Prego isso a todo momento e lamento muito que tenha acontecido."

Geraldo Alckmin (PSDB)

"Toda forma de violência tem que ser condenada. É papel das autoridades apurar e punir os tiros contra a caravana do PT.  E é papel de homens públicos pregar a paz e a união entre os brasileiros. O país está cansado de divisão e da convocação ao conflito", escreveu o governador de São Paulo.

Em sua primeira reação ao ataque, no entanto, o tucano havia adotado um tom menos conciliatório. Em entrevista à Folha de S. Paulo na noite desta terça-feira, Alckmin afirmara que os petistas "estão colhendo o que plantaram".

Jair Bolsonaro (PSL)

O deputado pelo Rio de Janeiro e pré-candidato à Presidência foi o único a adotar um discurso agressivo – e mantê-lo. No Twitter, ele afirmou: "Tão ou mais grave que a corrupção institucionalizada pelo PT é a questão ideológica. Vitimizam-se e culpam terceiros pelos seus crimes. Brasil acima de tudo! Deus acima de todos!"

Em discurso a simpatizantes em Curitiba nesta terça-feira, Bolsonaro ironizou os ataques sofridos recentemente pela campanha de Lula, sem mencionar diretamente o ataque a tiros: "Lula quis transformar o Brasil num galinheiro, agora está colhendo os ovos."

Marina Silva (Rede)

"Repudio veementemente as ameaças que vem sofrendo o ministro do STF, Edson Fachin, e sua família, e os tiros disparados contra a caravana do ex-presidente Lula. O uso da violência com motivações políticas é uma afronta ao regime democrático", disse, no Twitter, a ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente no governo Lula.

Manuela D'Ávila (PCdoB)

"O PCdoB repudia os atos de violência contra a caravana do ex-presidente Lula no sul do país ocorridos desde o seu início", afirmou a deputada estadual no Twitter. Para ela, o ataque a tiros desta terça-feira "assumiu feição de atentado político, de 'emboscada'".

"As bárbaras agressões físicas e até armas de fogo tentam impedir o direito constitucional de ir e vir [de Lula]", acrescenta D'Ávila. "Engana-se quem julga que se trata somente de um ataque ao Partido dos Trabalhadores e ao seu maior líder. Os tiros à caravana alvejam a democracia e o que resta do Estado Democrático de Direito."

Ciro Gomes (PDT)

"O ataque criminoso à caravana do ex-presidente Lula é absurdo e deve ser investigado com rigor. E repito a pergunta: quem matou Marielle?", publicou o ex-governador do Ceará, trazendo à tona o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco em 14 de março no Rio de Janeiro.

Guilherme Boulos (Psol)

"Gravíssimo! Ônibus da caravana de Lula foi atingido agora por um tiro! Os fascistas ultrapassaram qualquer limite. Toda solidariedade a Lula contra as agressões. É momento de unidade democrática e de resistência ativa. Com fascismo não se brinca", disse o pré-candidato no Twitter, compartilhando a foto de um dos ônibus atingidos nesta terça-feira.

Henrique Meirelles (PSD)

"Numa democracia, resolvemos nossas divergências políticas nas eleições, através do debate e do respeito ao resultado eleitoral. O que aconteceu ontem no Paraná foi um atentado contra a liberdade de expressão de um líder político e isso é inadmissível numa democracia", afirmou o ministro da Fazenda.

A imprensa brasileira especula que Meirelles deixe o cargo em breve para se preparar para uma possível candidatura à Presidência.

EK/abr/ots

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