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Países retiram cidadãos da região do surto de coronavírus

29 de janeiro de 2020

EUA e Japão enviam aviões para recolher pessoas na província de Hubei, em meio ao aumento no número de infectados, que chega a quase 6 mil. União Europeia, Austrália e diversos países planejam ações semelhantes.

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Voo com cerca de 200 japoneses retirados da China em razão do surto de coronavírus chega a Tóquio
Voo com cerca de 200 japoneses retirados da China em razão do surto de coronavírus chega a TóquioFoto: imago images/Kyodo News

Alguns dos milhares de estrangeiros que estão em cidades chinesas sob quarentena começaram a ser retirados do país asiático nesta quarta-feira (29/01), após o surto de coronavírus iniciado na província de Hubei ter matado 132 pessoas e infectado quase 6 mil.

Os Estados Unidos e o Japão foram os primeiros países a iniciar a retirada de seus cidadãos, após as infecções superarem o número de pessoas afetadas pel0o surto de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), que matou aproximadamente 800 pessoas entre 2002 e 2003. 

Um voo com funcionários consulares e cidadãos americanos partiu de Wuhan – considerada o epicentro do surto – para a cidade de Anchorage, no Alasca, onde as pessoas passaram por novos exames para detectar o vírus antes de seguirem para a Califórnia.

"Os viajantes serão examinados cuidadosamente e monitorados para a proteção de sua saúde e também pela saúde e segurança dos demais americanos", disse um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA.

Autoridades americanas afirmam que a Casa Branca cogita até o cancelamento de todos os voos para a China. "Todas as opções estão sobre a mesa", afirmou o secretário de Saúde, Alex Azar.

Um avião japonês com aproximadamente 200 pessoas a bordo chegou a Tóquio nesta quarta-feira. Após aterrissagem, quatro passageiros com febre foram levados para um hospital.

Os governos da Austrália e Nova Zelândia disseram que trabalharão juntos para retirar cidadãos da província de Hubei. Nacionais dos dois países serão levados para a Ilha do Natal, onde permanecerão isolados e em observação por 14 dias.

A remota ilha que integra o território australiano é normalmente utilizada para a detenção de migrantes que tentam chegar à Austrália de barco e de estrangeiros que cometeram crimes no país e aguardam deportação.

A União Europeia (UE), por sua vez, planeja para esta semana o retorno de alguns de seus cidadãos em dois aviões disponibilizados pela França.

A Coreia do Sul e a Mongólia planejam ações similares. O Canadá e as Filipinas estão entre os países que monitoram a situação e também cogitam repatriar seus cidadãos.

Diversos países alertaram seus cidadãos, pedindo que reconsiderem seus planos de viagem para o território chinês.

A empresa aérea British Airways, do Reino Unido, suspendeu todos os voos para a China continental. A Air France interrompeu três voos semanais para Wuhan, mas manteve outros 23 para Pequim e Xangai. A Lufthansa também adotou medida semelhante.

A americana United Airlines informou nesta terça-feira que reduzirá os serviços a partir dos EUA para a China em razão de uma enorme queda na procura por passagens, após um alerta das autoridades de saúde do país para que a população evitasse viagens que não fossem essenciais.

Além da China, casos de infecção foram detectados também na Coreia do Sul, Taiwan, Tailândia, Nepal, Vietnã, Arábia Saudita, Cingapura, Estados Unidos, França, Finlândia e Austrália. A Alemanha tem quatro casos confirmados na Baviera. Essas infecções, ocorridas entre pessoas que trabalham na mesma empresa, são consideradas as primeiras transmissões de pessoa para pessoa fora da Ásia.

No Brasil, o Ministério da Saúde investiga três casos suspeitos do novo coronavírus no país, em Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR) e São Leopoldo (RS). A classificação de risco do vírus no país foi ainda elevada para "perigo iminente". A suspeita de Curitiba foi descartada pela Secretaria da Saúde do estado do Paraná nesta quarta-feira.

"Prioridade da OMS"

O presidente chinês, Xi Jinping, se reuniu com o chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, nesta terça-feira em Pequim. Ambos concordaram com o envio imediato de especialistas internacionais à China.

"Interromper a disseminação tanto na China quanto globalmente é a maior prioridade da OMS", disse Ghebreyesus. Xi, por sua vez, classificou a doença como um "demônio".

A OMS disse que confia na capacidade chinesa de conter o surto, mas expressou preocupação com o aumento de casos confirmados de 1.459 para 6.078. O surto já deixou 132 mortos.

A organização, porém, afirmou estar "muito impressionada" com a resposta chinesa ao surto. "Eles estão tomando medidas extraordinárias diante do que é um desafio extraordinário", afirmou o diretor executivo do Programa de Emergências de Saúde da OMS, Mike Ryan.

As primeiras infecções do vírus, batizado provisoriamente de 2019-nCoV pela OMS, foram detectadas na cidade chinesa de Wuhan no final do ano passado e remontam a um mercado de animais selvagens e peixes, que agora foi fechado. Além de Wuhan, outras 15 cidades estão em quarentena, deixando isoladas em torno de 50 milhões de pessoas.

O surto da doença é causado por um novo tipo de coronavírus, semelhante ao da Sars entre os anos 2002 e 2003, e que também começou na China. Os sintomas são febre e cansaço, acompanhados de tosse seca e, em muitos casos, dificuldades respiratórias. O vírus pode ter sido transmitido através do contato direto entre humanos e animais, ou simplesmente através do ar.

RC/CN/afp/ap/dpa/rtr

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