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O que podemos esperar da exploração espacial em 2024

Fred Schwaller
30 de dezembro de 2023

Novo ano deverá ser animador, inclusive com missões que abrem caminho para o retorno dos astronautas à Lua. Satélites naturais de Marte e Júpiter também estão na mira.

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Animação mostra sonda da missão Hera se aproximando da superfície de um asteroide
A missão Hera da Agência Espacial Europeia (ESA) visa analisar os asteroides Didymos e DimorfoFoto: ESA – Science Office

O ano de 2023 proporcionou um novo impulso à exploração espacial. Vimos um número recorde de pessoas indo ao espaço, novos avanços nos voos espaciais turísticos e o lançamento do telescópio espacial Euclides.

O próximo ano deverá ser igualmente interessante. O que está por vir em 2024?

Artemis 2 levará astronautas à órbita lunar

A agência espacial americana Nasa planeja lançar a missão Artemis 2 em novembro de 2024, enviando quatro astronautas para um voo de dez dias ao redor da Lua.

Será a última missão de testes antes da Artemis 3, que deverá levar astronautas para a superfície lunar em 2025 – a primeira vez que isso deverá ocorrer desde a missão Apollo 17, em 1972.

"Estamos entrando em uma nova era de exploração para uma nova geração de viajantes das estrelas e sonhadores – a geração Artemis", afirmou o diretor da Nasa, Bill Nelson, durante um evento no Centro Espacial Johnson em Houston, no estado americano do Texas.

A Artemis 2 é parte de um programa de exploração em múltiplas etapas liderado pela Nasa que envolve outras seis das agências espaciais globais, incluindo a Agência Espacial Europeia (ESA).

Mais robôs pousarão na Lua

A Nasa deve enviar vários módulos à Lua em 2024, como parte da iniciativa Commercial Lunar Payload Services (Serviços de Carga Lunar Comercial). Naves enviarão equipamentos robóticos ao polo sul da Lua para coletar dados científicos relevantes.

Tripulação da Artemis 2 durante evento de apresentação
Tripulação da Artemis 2 que realizará um voo de dez dias ao redor da LuaFoto: Michael Wyke/AP/picture alliance

Entre esses equipamentos estarão o Viper, que coletará amostras de solo, o Prime-1, que realizará análises químicas de amostras de gelo, e o Blue Ghost Mission 1, que investigará o fluxo de calor no interior lunar.

A China também planeja enviar em maio à superfície lunar a missão robótica de exploração Chang'e 6. O rover chinês deverá coletar as primeiras amostras do lado mais distante da Lua. Paquistão, França, Itália e Suécia devem pegar carona na missão com seus instrumentos, incluindo o satélite lunar paquistanês Icecube-Q.

Visita a outras luas no sistema solar

O Japão planeja lançar em 2024 a missão Martians Moons eXplorations (Exploração das Luas de Marte), que deverá chegar até Phobos, a maior lua de Marte. O objetivo é enviar um robô para recolher as primeiras amostras do solo, mais especificamente 20 gramas de regolitos – pedras soltas e poeira da superfície lunar – que podem ser de enorme valor para a ciência.

A Nasa também planeja lançar em outubro a Europa Clipper, uma missão que deverá entrar na órbita de Júpiter e realizar uma série de voos ao redor da lua jupteriana Europa. Serão ao todo 44 voos, na esperança de identificar possíveis locais de pouso na superfície.

A Europa Clipper também deverá coletar dados sobre camadas de gelo e possíveis oceanos lunares, que são componentes químicos essenciais para a vida, e sobre as características geológicas da superfície da lua Europa.

Pousos em asteroides

A missão Hera da ESA visa analisar dois asteroides chamados Didymos e Dimorfo, ambos com menos de um quilômetro de diâmetro. Trata-se de uma continuação da missão de 2022 da Nasa  Teste de Redirecionamento Asteroide Duplo (Dart) que abalroou e mudou a órbita do Dimorfo.

O que é a missão espacial DART?

A Hera realizará uma avaliação do asteroide segundo objetivos de defesa planetária, reunindo dados sobre a massa e a cinética após pousar no Dimorfo em outubro de 2024, para compreender exatamente como a órbita do asteroide foi modificada pela Dart. A missão da ESA deve chegar ao sistema Didymos em dezembro de 2026.

A missão Lucy da Nasa também rumará para sistemas de asteroides – nesse caso, oito asteroides na órbita de Júpiter conhecidos como Troianos. O objetivo é reunir dados sobre a formação do sistema solar.

Voos comerciais devem ganhar impulso

O ano de 2024 verá o lançamento de aviões espaciais, que são veículos capazes de voar na órbita baixa da Terra e retornar à superfície em pistas de pousos e decolagens convencionais.

A Sierra Space lançará o Dream Chaser, uma nave espacial reutilizável lançada por meio de um foguete, capaz de transportar de três a sete pessoas e de reabastecer na Estação Espacial Internacional (ISS).

Para ajudar a lançar os aviões espaciais até a órbita, ocorrerá em 2024 o voo de estreia de um novo tipo de veículo – ou de foguete, para os leigos – chamado New Glenn, projetado para ser um veículo reutilizável capaz de enviar aviões espaciais ao espaço, inclusive para voos turísticos.