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Chefe do GSI cai após aparecer em imagens do 8 de Janeiro

20 de abril de 2023

General Gonçalves Dias omitiu dimensão das ações de membros do GSI na invasão da sede da Presidência durante os atos golpistas. Ricardo Capelli, ex-interventor na segurança pública do DF, é indicado como interino.

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Viatura policial em frente ao Palácio do Planalto com fachada depredada após invasão ocorrida em meio aos atos golpistas
Palácio do Planalto depredado após a invasão ocorrida em meio aos atos golpistas de 8 de janeiroFoto: Gustavo Basso/DW

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general Gonçalves Dias, pediu demissão do cargo nesta quarta-feira (19/04), após a divulgação de imagens que comprovam que ele esteve no Palácio do Planalto durante a invasão do local ocorrida em meio aos atos golpistas de 8 de janeiro.

O general aparece nas imagens interagindo de maneira suspeita com os invasores, a poucos metros do gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O pedido de demissão foi imediatamente aceito pelo presidente. Dessa forma, Dias se torna o primeiro membro do gabinete do novo governo a deixar o cargo, três meses e meio após a posse.

Segundo alguns de seus aliados, o ministro teria informado o presidente sobre sua presença no Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro, mas omitiu a dimensão das ações de membros do GSI na invasão e depredação do prédio.

Militares do GSI, que era o órgão responsável pela segurança do local, aparecem nas imagens abandonando seus postos e interagindo com os golpistas, aparentemente sem a intenção de detê-los ou de impedir a depredação. Em um dado momento da gravação, Dias parece estar orientando os invasores que se dirigiam a uma das escadarias do prédio.

Dias entregou o cargo em uma reunião de última hora com Lula e os ministros das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, da Justiça, Flávio Dino, e da Casa Civil, Rui Costa. Auxiliares do presidente afirmaram que o governo não tinha conhecimento das imagens divulgadas pela emissora CNN Brasil, que mostram o chefe do GSI na sede da Presidência. 

A Secretaria de Comunicação Social do governo afirmou em nota que todas as medidas possíveis estão sendo tomadas na investigação do episódio. "A orientação do governo permanece a mesma: não haverá impunidade para os envolvidos nos atos criminosos de 8 de janeiro", diz o órgão.

Ricardo Capelli indicado como interino

Dias havia sido convidado pela comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados para falar em uma audiência nesta quarta-feira sobre a ação do GSI nos atos golpistas em Brasília, mas alegou motivos de saúde para não comparecer.

Em nota, o GSI informou que apura as condutas de seus agentes que trabalhavam no Palácio do Planalto no dia dos ataques, que também atingiram as sedes do Superior Tribunal Federal e do Congresso Nacional.

O GSI sustenta que os servidores atuaram para "evacuar o quarto e terceiro pisos do Palácio do Planalto, concentrando os manifestantes no segundo andar". A justificativa seria que era preciso aguardar o reforço do pelotão de choque da Polícia Militar do Distrito Federal para que as prisões pudessem ser efetuadas.

O presidente Lula indicou o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli, como ministro interino do GSI. Capelli já havia exercido a função de interventor na área de segurança pública do Distrito Federal após os atos golpistas.

rc (ots)