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PolíticaIsrael

Israel e Bahrein anunciam acordo para normalizar relações

11 de setembro de 2020

Bahrein se torna o quarto país árabe a restabelecer laços com Israel, quase um mês após o acordo de paz assinado por Tel Aviv com os Emirados Árabes Unidos. Pacto foi mediado pelos Estados Unidos.

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Primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e rei do Bahrein, Hamad bin Isa al Khalifa
Acordo foi firmado após teleconferência entre Netanyahu e o rei do BahreinFoto: Getty Images/AFP/R. Zvulun/F. Nureldine

O Bahrein se tornou o segundo país árabe mais recente, depois Emirados Árabes Unidos, a concordar em normalizar as relações com Israel, anunciou nesta sexta-feira (11/09) o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O acordo entre os países foi confirmado pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e por autoridades do Bahrein.

"Cidadãos de Israel, estou comovido em poder dizer que chegamos a outro acordo de paz com um país árabe, o Bahrein. Este acordo se soma à paz histórica com os Emirados Árabes Unidos", disse Netanyahu, num comunicado em hebraico. 

Trump anunciou o acordo após uma teleconferência que reuniu Netanyahu e o rei do Bahrein, Hamad bin Isa al Khalifa. "Mais uma vitória histórica!", escreveu o presidente americano em sua conta no Twitter, afirmando que mais países seguirão o exemplo do Bahrein e dos Emirados Árabes Unidos

O porta-voz do rei do Bahrein, Nabeel Al-Hamer, afirmou que normalizar as relações com Israel é a melhor maneira de garantir os direitos palestinos. O país reiterou ainda a necessidade de se alcançar uma paz justa e douradora entre israelenses e palestinos com base numa solução de dois Estados.

O anúncio ocorreu menos de um mês após Israel e os Emirados Árabes Unidos assinaram um acordo de paz histórico. Desta maneira, o Bahrein se torna a quarta nação árabe a estabelecer laços diplomáticos com Israel, depois de Egito, Jordânia e Emirados Árabes.

Assim como o acordo com Emirados Árabes, o pacto entre Israel e Bahrein prevê a normalização das relações diplomáticas, comerciais e de segurança. Bahrein, junto com a Arábia Saudita, já havia retirado a proibição do uso de seu espaço aéreo por voos israelenses.

O anúncio do acordo foi criticado pela Autoridade Palestina e pelo o movimento islâmico Hamas. "O acordo entre Bahrein e Israel é uma punhalada nas costas da causa e do povo palestino", disse Ahmad Majdalani, ministro dos Assuntos Sociais da Autoridade Palestina. Já o Hamas, que controla a faixa de Gaza, chamou o pacto de "agressão".

A normalização das relações de Israel com os aliados dos EUA no Oriente Médio, incluindo as ricas monarquias do Golfo, é um objetivo fundamental da estratégia regional de Trump, para conter as aspirações do Irã, que considera ser uma ameaça para a paz na região.

Economicamente dependente da Arábia Saudita, Bahrein compartilha com Israel a mesma hostilidade em relação a Teerã, que acusam de instrumentalizar a comunidade xiita contra a dinastia sunita, promovendo fins terroristas.

Assim como os Emirados Árabes Unidos, Bahrein também nunca lutou numa guerra contra Israel e não compartilha fronteiras com o país. Mas, como a maioria das nações árabes, havia cortado os laços com Israel devido ao conflito com os palestinos.

O atual acordo pode impulsionar Netanyahu, que foi indiciado após ser acusado por corrupção no ano passado. O premiê aproveitou a ocasião para alegar que o restabelecimento dos laços com países árabes seria "resultado direto da política que tem conduzido por duas décadas".

Localizada na costa da Arábia Saudita, a ilha de Bahrein está entre os menores países do mundo, com apenas cerca de 760 km2. O local abriga uma base naval americana e uma britânica. Apesar de ser governado desde 1738 por uma dinastia sunita, Bahrein possui uma população de maioria xiita e teme a presença do Irã, que acusa de armar militantes na ilha.

Já a população xiita acusa o governo do país de trata-los como cidadãos de segunda classe. Em 2011, uma onda de protestos por democracia e mais liberdades políticas eclodiu na ilha. O movimento foi reprimido com violência com tropas enviadas pela Arábia Saudita e pelos Emirados Árabes. Nos últimos anos, Bahrein reprimiu todos os dissidentes e prendeu ativistas.

CN/rtr/ap/afp/lusa