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ConflitosIsrael

Israel diz que dividiu Faixa de Gaza em duas partes

6 de novembro de 2023

Porta-voz militar israelense afirma ainda que tropas do país alcançaram até a costa do enclave ao sul da Cidade de Gaza, que estaria completamente cercada. Aumenta a tensão na fronteira com o Líbano.

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Tanques com bandeiras israelenses em terreno acidentado
Exército israelense diz ter suas tropas chegaram até a costa do enclave ao sul da Cidade de Gaza, que estaria completamente cercadaFoto: Ariel Schalit/AP/picture alliance

O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI), Daniel Hagari, afirmou neste domingo (05/11) que o exército israelense dividiu a Faixa de Gaza em duas partes, após a mais recente onda de ataques. Tropas do país também teriam alcançado a costa do enclave ao sul da Cidade de Gaza, que estaria completamente cercada.

"Ataques significativos estão em curso e continuarão nos próximos dias", disse Hagari, acrescentando que as tropas israelenses que operam no território "o cortaram em dois: Gaza sul e Gaza norte". O avanço militar israelense na região e o cerco total à Cidade de Gaza foram classificados pelo porta-voz como uma etapa decisiva da estratégia de Israel no território palestino.

"Continuamos a permitir um corredor para que os moradores do norte de Gaza e da Cidade de Gaza se dirijam para o sul", afirmou. "É um corredor de mão única." O porta-voz confirmou que os ataques aéreos serão expandidos à noite para a região costeira do enclave, densamente povoada. Desde meados de outubro, Israel ordena aos civis que evacuem o norte de Gaza, onde os combates são mais intensos.  

A guerra foi desencadeada após o grupo palestino islâmico Hamas promover uma série de ataques terroristas em Israel, em 7 de outubro, que deixaram cerca 1.400 mortos. Mais de 200 pessoas são mantidas como reféns pelos terroristas. Após os ataques, Israel iniciou uma ofensiva no enclave palestino que já teria deixado mais de 9.400 mortos, segundo Ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas.

Gaza sem comunicação 

O serviço palestino de telecomunicações Paltel informou na noite de domingo que toda a comunicação e os serviços de internet em Gaza foram novamente interrompidos.

O motivo, segundo a agência com sede na Cisjordânia, seria o fato de Israel ter desligado as principais linhas de comunicação, o que não foi confirmado pelo lado israelense. Este é o terceiro apagão dos serviços de telecomunicações no enclave desde o início do conflito.

A entidade médica Crescente Vermelho da Palestina afirmou em postagem na rede social X ter perdido contato com suas equipes de emergência em Gaza.

Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) informou neste domingo que o total de funcionários da ONU mortos no conflito aumentou para 79, com cinco mortes nas últimas 48 horas. O número de feridos é de ao menos 24.

Líbano acusa Israel pela morte de civis

Ao mesmo tempo que Israel avança por Gaza, aumentam as tensões na fronteira com o Líbano. O grupo islamista libanês Hisbolá disse que três meninas acompanhadas da avó foram mortas neste domingo quando o carro em que estavam foi atingido por um ataque de um drone israelense no sul do Líbano.

Os mortos seriam familiares do jornalista libanês Samir Ayoub, que estava em outro carro. As meninas, que eram sobrinhas do jornalista, tinham idades entre 10 e 14 anos.

O Hisbolá disse em nota que não vai tolerar ataques a civis, aos quais reagirá de maneira "firme e forte", e informou que bombardeou a cidade israelense de Kiryat Shmona em retaliação ao ataque israelense.

O primeiro-ministro interino do Líbano, Nagib Mikati, afirmou que a agressão contra civis libaneses é um "crime hediondo que se soma aos registros dos crimes" cometidos por Israel. O ministro libanês do Exterior, Bou Habib, disse que seu país enviará uma queixa às Nações Unidas denunciando a morte de civis.

Os militares israelenses disseram que o incidente está sendo analisado. O Exército alega que as FDI identificaram e atacaram um veículo suspeito de transportar terroristas no Líbano. "A afirmação de que haveria civis no veículo está sendo verificada."

Um porta-voz do Exército de Israel também acusou o Hisbolá de "atacar alvos militares e cidades civis sem distinguir os civis do pessoal militar". O Hisbolá, porém, relatou ter atacado um grupo de soldados israelenses próximo à fronteira com o Líbano, o que teria resultado na morte de alguns militares.

As FDI informaram que um veículo militar foi atingido por um míssil antitanques na zona de fronteira, que teria sido lançado a partir do Líbano. Segundo o informe, as forças israelenses atacaram o local de onde foi feito o disparo. Um porta-voz do Exército disse que um soldado israelense foi morto.

Forças israelenses de prontidão na fronteira

O general Herzi Halevi, chefe do Estado-maior israelense, disse que suas forças estão prontas para lançar um ataque em grande escala no Líbano. "Estamos prontos para atacar o norte do Líbano a qualquer momento", afirmou durante uma visita às tropas israelenses na região de fronteira.

Halevi disse confiar na capacidade de suas tropas de defenderem o norte do país. "Temos o objetivo claro de assegurar uma situação de segurança muito melhor em nossas fronteiras, não somente na Faixa de Gaza", garantiu.

O Hisbolá possui ligações com o Hamas, mas é considerado uma organização mais influente e poderosa do que seu aliado na Palestina. O grupo islamista é um importante aliado do Irã que integra o chamado "eixo de resistência", que consiste em uma frente de milícias unidas no objetivo de combater Israel.

rc/cn (DPA, Reuters)