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ConflitosIsrael

Israel abre nova passagem para ajuda humanitária a Gaza

17 de dezembro de 2023

Kerem Shalom é liberada para caminhões pela primeira vez desde o início dos combates no enclave palestino. Ministros do Exterior de Alemanha e Reino Unido pedem "cessar-fogo sustentável" e esforços por "paz duradoura".

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Policial observa caminhão verde em passagem por posto de fronteira
Policial observa travessia de caminhão em Kerem Shalom (imagem de arquivo)Foto: Khaled Omar/IMAGO

A passagem de fronteira de Kerem Shalom, entre Israel e a Faixa de Gaza, foi reaberta neste domingo (17/12) para caminhões com ajuda pela primeira vez desde o início dos combates no enclave palestino, informou o governo de Israel.

A medida busca aumentar a quantidade de alimentos e medicamentos que chegam à população palestina.

A passagem tinha sido fechada após o ataque do grupo terrorista Hamas contra o território israelense em 7 de outubro, e a ajuda só entrava até agora no enclave através da passagem de Rafah, entre a Faixa de Gaza e o Egito, e onde Israel só permitia a passagem de uma centena de caminhões por dia.

Uma das fontes citadas pela agência de notícias Reuters informa que neste domingo entraram na Faixa de Gaza 79 caminhões provenientes da passagem de Kerem Shalom, que é um dos cruzamentos mais movimentados da zona e permite uma entrada mais eficiente de ajuda.

"Cessar-fogo sustentável"

Os ministros do Exterior de Alemanha e Reino Unido, Annalena Baerbock e David Cameron, respectivamente, apelaram por um "cessar-fogo sustentável" em Gaza e pelo esforço por uma paz duradoura. O pedido foi feito em um artigo publicado neste domingo no jornal britânico The Sunday Times.

No texto, ambos esclarecem que, embora representem "tradições políticas muito diferentes" – ele é conservador e ela é do Partido Verde –, partilham o desejo de melhorar as coisas e "uma saudade de paz, no Médio Oriente como no outras partes do mundo".

Eles esclarecem que, ao contrário de outros, não acreditam que "pedir agora um cessar-fogo geral e imediato, na esperança de que de alguma forma se torne permanente, seja o caminho a seguir”. Isso ignoraria o fato de que "Israel foi forçado a defender-se após o ataque" do grupo terrorista Hamas em 7 de outubro e que o grupo islâmico "continua a disparar mísseis para matar cidadãos israelenses todos os dias". Eles afirmam que "o Hamas deve depor as armas".

Annalena Baerbock e David Cameron
Baerbock e Cameron: "Pedir cessar-fogo geral e imediato esperando que se torne permanente não é o caminho a seguir”Foto: Odd Andersen/AFP/Getty Images | Dan Kitwood/POOL/AFP/Getty Images

Baerbock e Cameron insistem que o objetivo "não pode ser simplesmente acabar com os combates atuais", mas sim "deve ser uma paz que dure dias, anos e gerações".

"Portanto, apoiamos um cessar-fogo, mas apenas se for sustentável", afirmam. "Israel não vencerá esta guerra se as suas operações destruírem a esperança de uma coexistência pacífica com os palestinos", acrescentam.

Hospital é "banho de sangue", diz OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) descreveu o setor de emergência do hospital al-Shifa, no norte de Gaza, como “um banho de sangue”.

O órgão de saúde da ONU disse que a instalação, que foi devastada pelos ataques israelenses, "precisa de reanimação".

Num comunicado, a OMS afirmou que "dezenas de milhares de pessoas deslocadas estão usando o edifício e o terreno do hospital como abrigo" e que há "grave escassez" de água potável e alimentos.

Uma equipe formada por membros da OMS e de outras agências das Nações Unidas conseguiu entregar suprimentos médicos no sábado ao hospital, o maior do território palestino.

A equipe descobriu que novos pacientes chegavam ao pronto socorro o tempo todo e que "pacientes com lesões traumáticas eram suturados no chão [...e] não havia tratamento para a dor disponível".​

md (Reuters, DPA, Lusa, EFE, AP)