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Governo demite mais 58 servidores do GSI

28 de abril de 2023

Segunda leva de exonerações ocorre em meio à crise no Gabinete de Segurança Institucional após a divulgação de imagens dos atos golpistas de 8 de janeiro.

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Policial caminha dentro de prédio vandalizado
Atos golpistas de 8 de janeiro: divulgação de imagens abriu crise no GSIFoto: Gustavo Basso/DW

O governo federal anunciou nesta quinta-feira (27/04) a demissão de mais 58 servidores do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), em meio à crise no órgão envolvendo os atos golpistas de 8 de janeiro. Na quarta-feira, 29 funcionários do GSI já haviam sido exonerados.

A nova leva de demissões dá "prosseguimento à renovação do quadro de funcionários" do GSI e será publicada na próxima edição do Diário Oficial da União, informou o órgão. Elas foram autorizadas pelo ministro interino da pasta, Ricardo Cappelli, que substituiu o general Gonçalves Dias.

O militar da reserva pediu demissão em 19 de abril, após a divulgação de imagens que comprovam que ele esteve no Palácio do Planalto durante a invasão do local por bolsonaristas em janeiro. Gonçalves Dias aparece nas imagens interagindo de maneira suspeita com os invasores, a poucos metros do gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo alguns de seus aliados, o então ministro teria informado o presidente sobre sua presença no Palácio do Planalto em 8 de janeiro, mas omitiu a dimensão das ações de membros do GSI na invasão e depredação do prédio.

Militares do GSI aparecem nas imagens abandonando seus postos e interagindo com os golpistas, aparentemente sem a intenção de detê-los ou de impedir a depredação. Em certo momento da gravação, Gonçalves Dias parece estar orientando os invasores que se dirigiam a uma das escadarias do prédio.

A divulgação dos vídeos abriu uma crise no GSI, que é o ministério encarregado da segurança do Palácio do Planalto, e acirrou um debate sobre sua possível responsabilidade nos atos golpistas.

Presença de militares

As exonerações ocorrem ainda em meio a um debate sobre nomear um civil ou manter um militar no comando do GSI, que tem em seu quadro uma maioria de militares. Antes das demissões desta quinta-feira, a pasta tinha um efetivo total de 1.014 funcionários, sendo 881 militares e 133 civis.

Dos 29 servidores demitidos na quarta-feira, 24 integram as Forças Armadas, sendo a maioria deles oficiais de alta patente. Alguns eram remanescentes do governo de Jair Bolsonaro.

Entre os exonerados estavam três dos quatro secretários nacionais do GSI: os secretários de Assuntos de Defesa e Segurança Nacional, brigadeiro Max Moreira; de Segurança e Coordenação Presidencial, general Marcius Netto; e de Coordenação de Sistemas, contra-almirante Marcelo Gomes.

O diretor do Departamento de Assuntos de Defesa e Segurança Nacional, coronel Ivan Karpischin, também foi demitido. Na lista havia ainda membros da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal.

Exigência de vacina

Nesta quinta-feira, o ministro interino Cappelli anunciou ainda que vai editar uma portaria a fim de obrigar os servidores do GSI a apresentarem comprovante de vacinação contra a covid-19.

"Quem mantém contato com o presidente da República deve cumprir o que orientam as autoridades sanitárias", escreveu ele nas redes sociais.

ek (DW, ots)