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Governo de unidade toma posse em Israel

17 de maio de 2020

Benjamin Netanyahu e Benny Gantz são empossados em governo de coalizão com mandato de três anos, após mais de 500 dias de impasse. Antigos rivais se alternam no poder. Cada um será premiê durante 18 meses.

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Montagem de fotos de Benny Gantz e Benjamin Netanyahu de máscara
Benny Gantz e Benjamin Netanyahu: antigos rivais se alternam no poder

Após três eleições e mais de 500 dias sem governo, Israel terminou neste domingo (17/05) a maior crise política de sua história recente com a posse de um governo de unidade composto pelo primeiro-ministro de direita, Benjamin Netanyahu, e seu ex-rival centrista Benny Gantz.

Em uma cerimônia em Jerusalém, o Knesset, o Parlamento de Israel, aprovou formalmente o governo de coalizão de três anos por 73 votos a favor e 46 contra. Netanyahu e Gantz foram empossados como primeiro-ministro e "primeiro-ministro alternativo", respectivamente, sendo que Gantz passa a comandar a pasta da Defesa até assumir diretamente a chefia de governo dentro de 18 meses.

Netanyahu pertence ao partido Likud, de direita. Seu ex-rival Gantz lidera a aliança centrista Azul e Branco.

"Este é um dia importante para o Estado de Israel", disse Netanyahu no Knesset. "O novo governo foi formado com o apoio da maioria de Israel e será o governo de todos os israelenses", acrescentou. Ele também prometeu continuar com controversos planos de anexar grandes partes da Cisjordânia ocupada. Netanyahu disse que seu novo governo deve aplicar a soberania israelense sobre os assentamentos da Cisjordânia.

Falando depois de Netanyahu, Gantz elogiou o primeiro-ministro por tomar a "decisão corajosa e importante" de cooperar com ele, dizendo que seu novo governo encerraria a "pior crise política" da história de Israel.

Ambos concordaram no mês passado com um acordo de compartilhamento de poder. A data inicial de posse, prevista para a quinta-feira passada, foi adiada após Netanyahu ter solicitado mais três dias, para fazer nomeações de seu gabinete.

O acordo de coalizão de três anos determina que Netanyahu atue como primeiro-ministro pelos próximos 18 meses. Gantz atuará como "primeiro-ministro alternativo", um cargo recém-criado em Israel, e comandará a pasta da Defesa. Após esse período, ele e Netanyahu trocam de papéis.

Lutar contra o coronavírus e melhorar a economia devastada de Israel também foram listados como as prioridades políticas do novo governo.

Primeiro-ministro que ficou mais tempo no cargo na história de Israel, Netanyahu, de 70 anos, chegou ao poder em 1996 e cumpriu três mandatos consecutivos desde 2009. Ele deve ser julgado em 24 de maio por acusações de fraude, recebimento de propina e abuso de confiança, que ele nega.

Ao assumir a chefia de governo "alternativa" após passar o cargo a Gantz, Netanyahu espera evitar ter que renunciar sob as regras legais que permitem que um primeiro-ministro permaneça no cargo, mesmo se acusado de um crime.

O novo Executivo tem previsão de abrigar 34 ministérios, partilhados equitativamente entre os dois campos políticos, se tornando o governo com maior número de pastas na história de Israel – algo que rendeu duras críticas, devido à crise econômica que atinge o país por causa da pandemia de covid-19.

MD/afp/dpa/efe

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