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Britânicos protestam a favor de novo referendo sobre Brexit

20 de outubro de 2018

Dois anos após votação favorável à saída do Reino Unido da União Europeia, manifestantes saem às ruas de Londres para exigir novo pleito sobre termos do Brexit. Organizadores estimam cerca de 700 mil participantes.

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Manifestantes com bandeiras da União Europeia e do Reino Unido em Londres
Com bandeiras da União Europeia, manifestantes defenderam novo referendoFoto: picture-alliance/ZUMAPRESS/Ray Tang

Manifestantes saíram às ruas de Londres neste sábado (20/10) para protestar a favor da realização de um referendo sobre os termos do Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia (UE). Organizadores anunciaram a manifestação como a maior do tipo já realizada.

A marcha, organizada pela campanha People's Vote (voto do povo), ocorre num momento em que aumenta a pressão sobre a primeira-ministra britânica, Theresa May, devido à estratégia de negociação com a UE a pouco mais de cinco meses do prazo estipulado para o Reino Unido deixar o bloco.

Até agora, não foi alcançado um acordo para o Brexit, e rebeldes do Partido Conservador, de May, ameaçaram vetar um eventual pacto ruim alcançado pela premiê.

Organizadores da marcha deste sábado, em direção à Praça do Parlamento, estimam o número de participantes em cerca de 700 mil, parte deles trazidos por cerca de 150 ônibus à capital.

Para James McGorry, um dos organizadores, a população deveria ter a chance de mudar de ideia, porque o Brexit deve impactar a vida dos britânicos durante gerações.

"As pessoas acham que as negociações do Brexit são uma bagunça total, elas não acreditam que o governo vá cumprir as promessas que foram feitas, em parte porque elas não podem ser cumpridas", disse.

No referendo sobre o Brexit, realizado em junho de 2016, 52% dos eleitores votaram a favor da saída da União Europeia, mas os ânimos mudaram no país nos últimos dois anos diante das dificuldades nas negociações entre Londres e Bruxelas. Muitos temem que o Reino Unido acabe deixando o bloco sem um acordo ou permaneça numa fase de transição por vários anos, com poucas mudanças perceptíveis, mas sem voz na UE.

"O que está claro agora é que as únicas opções colocadas sobre a mesa pela primeira-ministra é um acordo ruim para o Brexit ou nenhum acordo", disse o prefeito de Londres, Sadiq Khan, que se juntou à marcha deste sábado, à emissora BBC. "Isso esta muito distante do que foi prometido há dois anos e meio."

Khan, membro do Partido Trabalhista, de oposição, afirmou que o protesto em Londres é uma "marcha pelo futuro" dos jovens britânicos, incluindo aqueles que eram jovens demais para votar no referendo de 2016.

Algumas pesquisas de opinião mostraram uma leve guinada a favor da permanência na UE, e participantes da marcha deste sábado afirmam que teriam votado de maneira diferente se soubessem qual seria o verdadeiro preço a pagar pelo Brexit.

"Acho que as pessoas foram enganadas de diversas maneiras", disse o empresário Peter Hancock à agência de notícias AFP. "Queremos permanecer europeus. Não conseguimos ver qualquer benefício na saída [da UE]", completou a esposa, Julie, que também se juntou à marcha.

May já descartou repetidas vezes a possibilidade de realizar um segundo referendo. O Partido Trabalhista, por sua vez, se disse aberto a uma segunda votação que incluísse a opção da permanência no bloco europeu em certas circunstâncias.

Apoiadores do Brexit afirmam que um novo referendo provocaria uma crise constitucional. "Nós tivemos uma votação e votamos pela saída. A ideia de ter outro referendo seria incrivelmente prejudicial", afirmou Richard Tice, vice-presidente da organização Leave Means Leave, que defende um divórcio claro da UE.

A última grande marcha em Londres em prol de um segundo referendo foi realizada em junho passado e estima-se que tenha reunido cerca de 100 mil pessoas.

LPF/afp/rtr/ap

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