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Boko Haram liberta 82 meninas de Chibok

7 de maio de 2017

Essa é a maior libertação desde o rapto das 276 garotas, das quais 113 continuam ainda em cativeiro. Em troca das meninas, governo fez acordo e prometeu soltar membros do grupo terrorista.

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Famílias comemoram libertação de 21 meninas que ocorreu em outubro de 2016
Famílias comemoram libertação de 21 meninas que ocorreu em outubro de 2016Foto: picture-alliance/AP Photo/O. Gbemiga

O grupo extremista Boko Haram libertou 82 meninas da cidade nigeriana de Chibok das quase 200 que mantinha sequestradas desde abril de 2014, em troca da liberdade de alguns de seus ativistas detidos pelas autoridades. As meninas chegaram neste domingo (07/05) a Abuja, capital do país.

O governo nigeriano anunciou a libertação por meio de um comunicado divulgado no sábado. O anúncio é a primeira confirmação oficial que a Nigéria realizou um acordo de troca durante os meses de negociações com o Boko Haram. Depois da libertação negociada de 21 meninas em outubro, autoridades negaram terem pagado resgate ou trocado presos com os extremistas.

"Hoje, 82 meninas de Chibok foram libertadas. Depois de longas negociações, nossas agências de segurança devolveram estas garotas em troca de alguns suspeitos do Boko Haram em poder das autoridades", disse o porta-voz da presidência Garba Shehu no comunicado, mas sem especificar o número de terroristas libertados.

O governo suíço, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha e organizações não governamentais locais e internacionais participaram nas negociações que levaram à libertação das meninas, disse o porta-voz. As garotas deverão ser recebidas pelo presidente Muhammadu Buhari neste domingo.

De acordo com a campanha Bring Back Our Girls, criada para pedir a libertação das meninas sequestradas pelo Boko Haram, 113 garotas ainda estão nas mãos dos terroristas. A libertação mais recente foi a maior já realizada desde o rapto que ocorreu há três anos.

O rapto

No dia 14 de abril de 2014, uma dezena de caminhonetes com 50 terroristas armados entrou na localidade de Chibok, no nordeste do país, ateando fogo a prédios públicos e moradias. Após semear o caos, se dirigiram à escola e capturaram 276 meninas.

Nos dias seguintes ao rapto, 57 meninas conseguiram escapar e alertaram que as reféns mais jovens sofriam até 15 estupros por dia. Os sequestradores também estavam obrigando que elas se convertessem ao islamismo.

Os membros do Boko Haram ameaçavam ainda degolar as meninas se elas se negassem a obedecer as ordens dadas e outras, ainda virgens, foram vendidas por menos de 10 euros ou se tornaram esposas de líderes do grupo terrorista.

Em outubro do ano passado, 21 delas foram libertadas. Depois, em janeiro deste ano, uma outra, grávida, deixou o cativeiro. As meninas de Chibok tornaram-se um símbolo de dezenas de milhares de pessoas ainda retidas pelo Boko Haram, que usa os raptos em massa para recrutar extremistas.

O Boko Haram adquiriu notoriedade internacional ao estabelecer um califado islâmico no norte da Nigéria. Depois, o grupo declarou lealdade ao Estado Islâmico. 

CN/efe/lusa/ap