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Baviera exige resposta firme de Berlim após ataques

26 de julho de 2016

Governador bávaro defende mais controle sobre refugiados, menos barreiras contra a deportação daqueles que cometeram crimes e anuncia reforço policial. "O terrorismo islâmico chegou à Alemanha", afirma.

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Joachim Herrmann e Horst Seehofer
Joachim Herrmann e Horst Seehofer durante o encontro do governo bávaro em GmundFoto: picture-alliance/dpa/P. Kneffel

O governador da Baviera, Horst Seehofer, exigiu nesta terça-feira (26/07) uma postura mais rígida de Berlim perante os ataques dos últimos dias, dos quais três foram cometidos no estado do sul da Alemanha. "O terrorismo islâmico chegou à Alemanha", afirmou.

O político, que é o líder da União Social Cristã (CSU), reivindicou da chanceler federal Angela Merkel mais controles sobre os refugiados na Alemanha, tanto na entrada no país como durante sua estada, e propôs revisar a decisão de não deportar migrantes criminosos para zonas de conflito.

"Devemos reconsiderar seriamente como tratar essas pessoas, particularmente se o comportamento delas está em desacordo com a lei ou se elas representam um perigo", disse Seehofer ao jornal Münchner Merkur. "Precisamos saber quem está no país", acrescentou, em declarações ao Süddeutsche Zeitung.

O governador, que prometeu fazer "tudo que for humanamente possível" para aumentar a segurança na Baviera após os atentados, também anunciou uma série de medidas nesse sentido, que deverão ser definidas durante o atual encontro do governo em Gmund, às margens do lago Tegernsee. Ele disse que vai apostar tanto em prevenção como em repressão, o que inclui reforço policial.

Veja imagens do ataque em Munique

Seehofer ainda comentou as declarações do ministro do Interior, Thomas de Maizière, que clamou para que não seja lançada uma suspeita generalizada sobre os refugiados. "A serenidade é importante", disse Seehofer, repetindo o termo pronunciado por De Maizière na véspera, "mas não substitui a proteção do Estado".

Ele também enfatizou que os políticos são obrigados a responder de forma "corajosa" ao medo dos cidadãos. "Entre nós vivem muitos refugiados com uma vida dura e devemos ajudá-los. Mas entre eles também há, infelizmente, gente com um potencial de violência terrível. Isso não se trata de lançar uma suspeita generalizada, mas é um fato", ressaltou o governador da Baviera, um dos críticos da política de portas abertas de Merkel.

O secretário do Interior da Baviera, Joachim Herrman, defendeu que a expulsão de estrangeiros para regiões em guerra deixe de ser um "tabu", argumentando que, por exemplo, no Afeganistão há regiões habitáveis. Ele defendeu que as barreiras para uma deportação em caso de crimes ou problemas de saúde sejam reduzidas.

O debate sobre como lidar com refugiados que cometem crimes na Alemanha, que irrompeu em janeiro após a série de agressões sexuais contra mulheres no Ano Novo em Colônia, ganhou maiores dimensões na última semana, depois de três ataques cometidos por refugiados no país.

Na Baviera, dois atentados foram reivindicados pelo grupo extremista "Estado Islâmico" (EI): o de Würzburg, na semana passada, quando um adolescente afegão atacou passageiros de um trem com um machado; e o de Ansbach, no último domingo, quando um jovem sírio detonou uma bomba.

Também no domingo, um refugiado sírio de 21 anos matou uma mulher e feriu outras cinco pessoas com golpes de facão em Reutlingen, no estado de Baden-Württemberg. As autoridades, nesse caso, descartaram se tratar de terrorismo islâmico e consideram que houve crime passional.

Thomas Strobl, secretário do Interior de Baden-Württemberg, também exigiu uma resposta mais dura aos crimes cometidos por refugiados. "O número crescente de migrantes coincidiu com o aumento no número de crimes cometidos por esse grupo de pessoas", afirmou Strobl.

EK/dpa/efe/dw