Xi Jinping recebe Putin em Pequim com honras militares
16 de maio de 2024Vladimir Putin foi recebido junto à Praça Tiananmen com guarda de honra, salvas de canhão e o hino dos dois países tocado por uma banda militar. Os dois líderes passaram em revista a guarda de honra antes de iniciarem o encontro à porta fechada, segundo imagens transmitidas em direto pela televisão estatal chinesa CGTN.
Xi Jinping disse que está em sintonia com o seu homólogo russo numa "solução de dois Estados" para o conflito palestiniano e uma "solução política" para a guerra na Ucrânia.
Numa declaração conjunta aos órgãos chineses e russos, após uma reunião em Pequim, Xi disse que ele e Putin consideram "extremamente urgente" encontrar uma solução para a situação na Palestina.
O Presidente chinês apelou, em nome dos dois líderes, à "aplicação das resoluções das Nações Unidas" relativamente ao conflito.
Vladimir Putin agradeceu à China "as iniciativas que apresentou para resolver este problema", em referência à guerra na Ucrânia, e disse que iria discutir em pormenor a política externa com Xi, numa segunda reunião.
A viagem, que decorre até sexta-feira (17.05), ocorre após a tomada de posse de Vladimir Putin para um quinto mandato e a recente viagem de Xi Jinping à Europa, onde o líder chinês foi pressionado a persuadir o homólogo russo a pôr fim à ofensiva na Ucrânia.
"Alinhamento entre os dois países"
Esta é a segunda visita à China de Putin em menos de um ano, após a sua viagem em outubro de 2023, na qual participou no III Fórum das Novas Rotas da Seda, que alguns analistas acreditam que ajudará a indústria militar ucraniana a desenvolver a sua própria capacidade de produção militar.
A visita surge um dia depois de o eecretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, ter anunciado, em Kiev, um montante adicional de 2 mil milhões de dólares (1,83 mil milhões de euros) para ajudar a Ucrânia a adquirir armamento dos Estados Unidos e de outros países e a aumentar a capacidade de produção da sua própria indústria militar.
Para o líder chinês, a visita será uma oportunidade de mostrar que a afinidade com Putin não comprometeu a sua capacidade de manter relações com o Ocidente, especialmente depois de Washington ter pedido a Pequim que não fornecesse componentes que pudessem ser utilizados na guerra.
A China não condenou a invasão e negou ter laços militares com a Rússia, mas apelou à realização de uma conferência "reconhecida por todas as partes" para retomar as negociações de paz.
O comércio entre China e Rússia registou, em 2023, um crescimento homólogo de 26,3%, para 240 mil milhões de dólares (223 mil milhões de euros). Pequim tornou-se o maior mercado para o petróleo e gás russos e uma importante fonte de importações, incluindo bens de dupla utilização civil e militar, que mantêm a máquina militar russa operacional.