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Ucrânia: UE pede "iguais oportunidades" para africanos

Lusa
2 de março de 2022

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE) instou hoje as autoridades fronteiriças a darem "iguais oportunidades" aos africanos que tentam sair da Ucrânia para poderem regressar aos países de origem "em segurança". 

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Ukraine-Konflikt | Afrikanische Studenten aus der Ukraine in Rumänien
Estudantes africanos residentes na Ucrânia que conseguiram abrigo na RoméniaFoto: Cristian Ștefănescu/DW

O apelo foi feito esta quarta-feira (02.03) pelo chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell.

"A mensagem de Dmytro Kuleba [ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia] é clara e precisa: os africanos que tentam sair da Ucrânia devem ter acesso às mesmas oportunidades para regressarem aos seus países de origem em segurança", escreveu Borrell na rede social Twitter.

Numa altura em que surgem vários relatos de discriminação por parte das autoridades fronteiriças face aos africanos que querem sair da Ucrânia, o Alto Representante da UE para a Política Externa adiantou estar "grato aos esforços do Governo da Ucrânia nesta frente".

Hora antes, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, afirmou também no Twitter que "a invasão russa da Ucrânia tem afetado os ucranianos e os não residentes de muitas formas devastadoras".

Brüssel | Sitzung Europaparlament zur Ukraine | Josep Borrell
Josep BorrellFoto: Jonas Roosens/Belga/imago images

"Os africanos que procuram sair [do país] são nossos amigos e devem ter as mesmas oportunidades para regressarem aos seus países de origem", pelo que "o Governo da Ucrânia não se poupará a esforços para resolver o problema", adiantou Dmytro Kuleba.

Comportamento racista condenado

À semelhança de centenas de milhares de pessoas, muitos africanos - na sua maioria estudantes - estão a tentar fugir da Ucrânia para os países vizinhos, incluindo a Polónia, mas a enfrentar um tratamento discriminatório nas estradas e nas fronteiras ucranianas, de acordo com várias organizações não-governamentais. 

O número crescente de acusações de comportamento racista por parte das autoridades ucranianas, sobretudo, mas também polacas, levou o Governo nigeriano a instar na segunda-feira as autoridades aduaneiras da Ucrânia e dos países vizinhos a tratarem os seus cidadãos "com dignidade".

Também na segunda-feira (28.03), a União Africana (UA) classificou como "chocantemente racista" que cidadãos africanos sejam impedidos de fugir do conflito na Ucrânia, apelando a todos os países que respeitem a lei internacional e apoiem quem foge da guerra, independentemente da sua raça.

Ukraine Außenminister Dmytro Kuleba
Dmytro KulebaFoto: Gleb Garanich/Pool Photo via AP/picture alliance

Cresce o número de refugiados

O número de refugiados da Ucrânia para países vizinhos atingiu as 836.000 pessoas, de acordo com o mais recente balanço do Alto-Comissariado da ONU para os Refugiados, hoje divulgado.

A Rússia lançou na quinta-feira passada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocou a morte de centenas de civis, incluindo crianças, segundo Kiev. 

O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.

Refugiados da Ucrânia chegam à Polónia

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