1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Dineo: Centro de saúde espera reabilitação em Inhambane

7 de setembro de 2020

Em tempos de Covid-19, a comunidade lamenta que centro de saúde continue encerrado devido aos danos causados pelo ciclone Dineo em 2017. Autoridades de saúde de Inhambane dizem que não há dinheiro para reabilitação.

https://p.dw.com/p/3i7Mi
Mosambik Inhambane | Gesundheitszentrum nach Zyklon
Foto: DW/L. da Conceição

Passam mais de três anos que a província de Inhambane, no sul de Moçambique, foi fustigada pelo ciclone Dineo, que deixou um rasto de destruição de diversas infraestruturas- principalmente dos setores de educação, saúde e pesca.

O Centro de Saúde de Macupula, por exemplo, ainda não foi reabilitado desde o desastre de 15 de fevereiro de 2017. A comunidade daquela zona da Maxixe lamenta não contar com o equipamento público de saúde em plena pandemia de Covid-19.

A moradora Cândida José disse à DW que o centro de saúde está a fazer muita falta. "Desde o vendaval, estamos a sentir falta [do hospital]. Se alguém fica doente à noite e não tem dinheiro para o chapa, é um problema”.

Outra residente, Cherley Francisco, conta que - por não estar em funcionamento o centro de saúde local - as pessoas são obrigadas a automedicar-se nas suas residências. Mas, em tempos de Covid-19, reabilitar o hospital seria melhor para atender alguns casos de pessoas com sintomas da doença.

Mosambik Inhambane Sturm "Dineo"
Ciclone Dineo causou estragos em Inhambane em 2017Foto: DW/L. da Conceição

"Porque muita gente fica doente. Às vezes ficam a medicar-se em casa em vez de irem ao hospital. Por exemplo, aquelas mães que, quando os filhos estão doentes, só dão paracetamol. Reabilitar o hospital [é melhor], porque um de nós poderia ter sintomas de Covid-19 e vir a fazer o teste”, diz Francisco.

Equipamento interditado

Casimiro Mapanzene, utente da antiga unidade de saúde, diz que a alternativa agora é deslocar-se ao centro da cidade à procura de atendimento, inclusive para verificar casos suspeitos de contaminação pelo novo coronavírus.

"A comunidade esperava que [o hospital] podia funcionar, mas de repente parou porque as chapas voaram. Como estamos a ver, está assim desde que o ciclone aconteceu e até agora esta tudo parado. Este tempo do coronavirus poderia haver um aglomerado aqui e não na cidade da Maxixe com muita gente lá”, diz Mapanzene.

Dineo: Centro de saúde espera reabilitação em Inhambane

Dionísio Bata, líder comunitário de Macupula, disse à DW que o hospital foi construído em 2016 por uma organização italiana. Em seguida foi entregue ao município e depois à direção da saúde local. Bata lembra que dentro da unidade estão alguns equipamentos bastante úteis, mas a reabilitação realmente continua pendente.

"Nós vimos que foi entregue ao Conselho Municipal da Saúde, mas como estamos [em tempos de] pandemia do novo coronavírus, [o hospital] continua fechado. Aí dentro tem camas”, ressalta.

Sem gravar entrevista, o diretor Provincial da Saúde em Inhambane, Naftal Matusse, revelou que não há recursos financeiros para a reabilitação do Centro de Saúde de Macupula.

Há um ano, o ciclone Dineo deixou um rasto de destruição na província de Inhambane, no sul. 2.000 salas de aulas ficaram sem teto, segundo o governador provincial, Daniel Chapo.

O Dineo havia sido o primeiro ciclone tropical a atingir Moçambique desde a passagem do Jokwe, em 2008 - afetando diretamente 130 mil pessoas na província de Inhambane. O ciclone causou a morte de pelo menos sete pessoas e 20 mil residências foram totalmente destruídas. Mais tarde, a fúria dos ciclones Idai e Kenneth causariam mais mortes e danos materiais do que o Dineo.

Profissionais de saúde sem material para prevenir Covid-19