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Guiné-Bissau: PAI-Terra Ranka recusa participar no Governo

Lusa
20 de dezembro de 2023

A coligação PAI-Terra Ranka recusa integrar Governo guineense liderado por Umaro Sissoco Embaló, contestando nomeações que não respeitam resultados eleitorais.

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Coligação PAI-Terra Ranka
A coligação PAI-Terra Ranka declara-se indisponível para aceitar a nomeação de qualquer chefe de GovernoFoto: DW

A coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI-Terra Ranka) afirmou-se hoje indisponível para participar em qualquer Governo a ser criado pelo chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, nem para reconhecer o primeiro-ministro desse executivo.

Em comunicado a que a Lusa teve acesso, e assinado por Domingos Simões Pereira, líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que encabeçou a PAI-Terra Ranka, vencedora das últimas eleições legislativas, realizadas em junho passado, a plataforma criticou a atuação de Sissoco Embaló.

"A coligação PAI-Terra Ranka declara-se indisponível para aceitar a nomeação de qualquer chefe de Governo e respetivos membros que o não sejam por sua indicação e livre escolha, tendo em conta o estatuído na Constituição da República", lê-se no comunicado.

A PAI-Terra Ranka esclareceu que o Presidente da Guiné-Bissau "persiste em querer pessoalizar o novo Governo e emnão respeitar a vontade popular", em alusão aos resultados das eleições, que venceu.

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Umaro Sissoco Embaló nomeou hoje Rui Duarte de Barros, dirigente do PAIGC e deputado da PAI-Terra Ranka no parlamento, após demitir Geraldo Martins, vice-presidente daquela formação política, com quem, diz o comunicado agora difundido, não alcançou entendimento sobre o formato do novo Governo.

"Ignorar os resultados eleitorais"

A PAI-Terra Ranka venceu as eleições legislativas de junho passado com 54 dos 102 deputados ao parlamento, mas formou um Governo integrado por vários partidos, entre os quais o Partido da Renovação Social (PRS), que obteve 12 parlamentares, e o Partido dos Trabalhadores da Guiné (PTG), com seis mandatos.

No comunicado hoje emitido em Bissau, a coligação acusa o chefe de Estado guineense de ignorar os resultados eleitorais e pretender formar um Governo que não respeita o escrutínio.

No dia em que reconduziu Geraldo Martins, Umaro Sissoco Embaló deixou claro que o novo executivo será da sua exclusiva competência e que o primeiro-ministro apenas lhe deveria obediência a si e não a nenhum partido.

O Presidente da República "visava simplesmente chamar ao poder pessoas e formações políticas que o povo rejeitou de forma categórica" nas últimas eleições realizadas em junho passado, refere o comunicado, ao detalhar as divergências entre Umaro Sissoco Embaló e Geraldo Martins.

Rui Duarte de Barros toma posse ainda hoje no palácio da presidência em Bissau, perante o chefe de Estado guineense, que invocou uma grave crise institucional no país na sequência de confrontos armados, no dia 30 de novembro e 01 deste mês.

Umaro Sissoco Embaló disse ter-se tratado de uma tentativa de golpe de Estado, tendo, em sequência, dissolvido o parlamento.

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