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Conselho Constitucional confirma reeleição de Filipe Nyusi

Leonel Matias (Maputo)
23 de dezembro de 2019

Conselho Constitucional de Moçambique validou os resultados das eleições presidenciais, legislativas e provinciais de 15 de outubro, que deram uma vitória expressiva à FRELIMO, no poder. A RENAMO boicotou a cerimónia.

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Filipe Nyusi promete "trabalhar apra mais emprego, mais água, mais comida"Foto: Getty Images/AFP/G. Guercia

A Presidente do Conselho Constitucional, Lúcia Ribeiro, fez o anúncio dos resultados esta segunda-feira (23.12), durante uma cerimónia pública, em Maputo, que contou com a presença de partidos políticos, coligações de partidos, grupos de cidadãos eleitores e observadores eleitorais.

"O Conselho Constitucional valida os resultados das eleições presidenciais de 15 de outubro de 2019 e proclama eleito Presidente da República de Moçambique o cidadão Filipe Jacinto Nyusi", confirmou Lúcia Ribeiro.

Filipe Nyusi, candidato presidencial da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), venceu com 73% dos votos, seguido de Ossufo Momade, da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), com 21.88% e Daviz Simango, do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), com 4,24%.

Conselho Constitucional confirma reeleição de Filipe Nyusi

A FRELIMO obteve igualmente maioria absoluta no parlamento ao conquistar 184 mandatos contra 60 da RENMAO e seis do MDM. Nas eleições para as Assembleias Provinciais, a FRELIMO venceu em todos os locais. Resultado idêntico registou-se na eleição dos governadores provinciais.

Segundo Lúcia Ribeiro, "o Conselho Constitucional considera que as irregularidades verificadas no decurso do processo eleitoral não influenciaram substancialmente os resultados das eleições."

Para a mandatária da FRELIMO, Verónica Macamo, a vitória do seu partido resulta de "muito trabalho", apesar dos constrangimentos registados durante o quinquénio. "Daqui para frente é arregaçar as mangas e trabalharmos para cumprir  aquilo que prometemos", declarou.

MDM não reconhece resultados e RENAMO faz boicote

O MDM anunciou que não reconhece os resultados, sublinhando que apesar de Moçambique dispor de uma legislação eleitoral considerada uma das melhores da região, o mais importante é que sejam ultrapassadas as divergências que acontecem durante os processos eleitorais.

Mosambik Nampula Wahlen
Oposição denunciou situações de fraude Foto: DW/S. Lutxeque

"De facto, foi uma grande rasura no processo do desenvolvimento da democracia em Moçambique", afirmou José de Sousa, mandatário do MDM.

A RENAMO não se fez representar na cerimónia de anúncio dos resultados. O maior partido da oposição alega que as eleições de outubro passado foram fraudulentas.

Nyusi promete "mais emprego" e "mais comida"

Após o anúncio da validação dos resultados Filipe Nyusi, reeleito para um segundo mandato como chefe de Estado, fez o seu primeiro pronunciamento público e disse que a calma registada durante o processo eleitoral legítima a democracia no país e prometeu fazer o melhor para assegurar o bem estar dos moçambicanos.

"Vamos trabalhar para mais emprego, mais energia, mais água, mais comida, para saúde, educação. Trabalharemos também para muita inclusão. As boas ideias não têm cor", salientou o Presidente reeleito.

Filipe Nyusi disse que vai trabalhar também para pôr fim aos ataques que se registam no centro e norte do país: "Não queremos fazer guerra contra ninguém, mas também as populações não podem continuar a morrer como galinhas, não pode. Somos um Estado, somos um país com soberania. Essa é uma prioridade para nós, a tranquilidade."