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Moçambique: Beira prepara-se para o ciclone Freddy

Arcénio Sebastião (Beira)
23 de fevereiro de 2023

Há um morto a lamentar por causa das fortes chuvas, mas o ciclone Freddy ainda não deu à costa. Beira está em estado de alerta.

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Chuvas fortes provocaram derrocadas em estradas da Beira
Chuvas fortes provocaram derrocadas em estradas da Beira Foto: Arcénio Sebastião/DW

As autoridades suspenderam o trânsito de camiões pesados desde a manhã desta quinta-feira (23.02) na Estrada Nacional 6 (EN6), que liga a cidade portuária da Beira várias províncias e aos países vizinhos, por causa do galgamento da estrada pelas águas das chuvas que se abatem na região. 

O caudal do rio Pungué transbordou e as águas arrastaram consigo as terras que sustentam a EN6)na região de Mutua. Uma das faixas de rodagem acabou por desabar. A situação é tensa, diz o delegado da Administração Nacional de Estradas (ANE) em Sofala, Egídio Morais.

Egidio Morais, delegado da Administração Nacional de Estradas
Egidio Morais, delegado da ANE Foto: Arcénio Sebastião/DW

As águas arrastaram "dois camiões de grande tonelagem. Também foi arrastado uma minibus de trinta lugares", informou Morais, que acrescentou estar uma equipa a trabalhar no local para tornar a via transitável.

A chuva intensa que caiu nas últimas horas causou pelo menos uma morte e inundações urbanas nas cidades de Beira e Dondo. Mais de duas mil casas foram afetadas.

Danos atuais não são da responsabilidade do ciclone

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia de Moçambique em Sofala, a queda pluviométrica resultou de uma baixa pressão registada na região central do país, que aparentemente não está associada ao ciclone tropical Freddy.

A região centro e sul de Moçambique aguarda a chegada do ciclone nas próximas horas.

Uma brigada do conselho de ministros chefiada pelo ministro dos Recursos Minerais e Energia, Carlos Zacarias, está a postos em Sofala para monitorar o fenómeno. Outras brigadas ministeriais foram destacadas para as províncias de Inhambane e Gaza.

População tenta preparar-se o melhor que pode

Ondas fortes causadas pelo ciclone Freddy
Ondas fortes causadas pelo ciclone Freddy já atingiram as ilhas no Oceano Índico Foto: RICHARD BOUHET/AFP

O ministro dos Recursos Minerais disse à DW África, esta quinta-feira (23.02), que foram envidados tosos os esforços para fazer face ao ciclone. "Tomámos as medidas necessárias", assegurou Zacarias, acrescentando: "O trabalho nas próximas horas será talvez muito desafiante. É necessário que haja comunicação para mitigar os efeitos de uma situação catastrófica."

A população na Beira e arredores vai fazendo o que pode para minimizar potenciais efeitos do ciclone Freddy, diz o residente Paulo Nguenha, que está a colocar pesos em cima da sua casa.

"A casa sofreu com ciclones passados. Estamos a pôr sacos de areia em cima dos tetos", disse Hermínia Emília, uma moradora local. "Vamos fechar as janelas para o ar não entrar, porque quando entra, a tendência é de arrancar as chapas e paredes", acrescentou Menalda Xavier, outra munícipe.

A atual época chuvosa em Moçambique já fez 95 mortes e causou prejuízos a cerca de 100.000 pessoas, segundo os últimos dados oficiais.