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Perspetiva de evolução dos bancos africanos é negativa

Lusa
21 de dezembro de 2020

Relatório da agência Moody's aponta que, em Angola, o crescimento económico deve recuperar para 2,5% em 2021 depois de cinco anos consecutivos de recessão.

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USA Moody’s Corporation; Zentrale in New York im World Trade Center 7
Foto: Imago Images/Levine-Roberts

A agência de notação financeira Moody's disse esta segunda feira, (21.12), que a perspetiva de evolução dos bancos africanos para 2021 é negativa devido às difíceis condições operacionais, com os bancos angolanos a terem a maior percentagem de crédito malparado. 

 "A nossa perspetiva para os bancos africanos continua negativa com o aproximar de 2021, com as difíceis condições operacionais e as fortes ligações aos países em que operam a ser as principais razões", disse o vice-presidente da agência Constantinos Kypreos.

De acordo com o relatório da agência Moody's, a previsão de crédito malparado, ou seja, a percentagem de empréstimos com dificuldades de cobrança face ao total, deverá duplicar, sendo que em Angola esse valor já é mais do dobro do segundo pior.

Angola com perspetiva de crescimento económico

De acordo com o relatório consultado pela Lusa, os bancos angolanos têm em 2020 quase 30% de empréstimos cujos clientes têm dificuldades em pagar, o que compara com os 11% na Tunísia, o segundo país com maior taxa de crédito malparado.

Banco Nacional de Angola - BNA
Banco Nacional de AngolaFoto: Pedro Borralho Ndomba

"Perspetivamos que o crédito malparado possa duplicar face aos níveis de 2010, num contexto em que o aumento das necessidades de aprovisionamento, reduzida geração de negócio e descida das margens de lucro vai prejudicar os lucros dos bancos", acrescentou o responsável da Moody's. 

Sobre Angola, o relatório aponta que o crescimento económico deve recuperar para 2,5% em 2021, depois de cinco anos consecutivos de recessão, mas salienta que "os preços moderados do petróleo e a pandemia do novo coronavírus vão dificultar a recuperação económica".

O crescimento de Angola para o próximo ano está, ainda assim, abaixo da média prevista para a África subsaariana, uma região que a Moody's antecipa que vá registar uma expansão de 3,3% em 2021.

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