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DesastresMoçambique

Moçambique: "Temos de fazer as casas em zonas seguras"

Conceição Matende
7 de março de 2023

No distrito de Lago, na província do Niassa, mais de 600 pessoas foram afetadas pelas chuvas intensas. Governo insiste que a solução para evitar problemas futuros é construir casa em zonas mais seguras.

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Foto: C. Matende/DW

Foram momentos de aflição, diz Victor Davide. As chuvas intensas deixaram um rasto de destruição no distrito de Lago, província do Niassa.

"Eram três horas da madrugada. Acordámos e vimos água a chegar nesse sítio aqui. Outras pessoas corriam para levar a sua bagagem, panelas, farinha, e as crianças perderam livros na água", conta Davide, uma das vítimas das inundações do final de fevereiro.

Cerca de 130 famílias nos povoados de Mechumua, Manbele, Messumba e Mepochi, posto administrativo de Lunho, distrito de Lago, no Niassa, viram as suas casas inundadas pelas fortes chuvas que caíram na região. E o número de vítimas poderá aumentar face à fragilidade de centenas de residências que se encontram inundadas devido à subida do caudal do rio Lunho.

Folgen der Überschwemmungen im Lago-Distrikt, in Niassa, Mosambik
Consequências das inundações no distrito de Lago, NiassaFoto: C. Matende/DW

Mina Ali, também vítima das enxurradas, diz que a população se manteve naquelas zonas, apesar de serem propensas a calamidades naturais, porque é lá que estão as terras aráveis e os serviços sociais básicos. Agora, admitem partir para locais mais seguros.

"Perdemos os nossos bens e aceitamos sair dessa zona, porque sempre que chover estaremos a passar pelas mesmas situações. Então, pedimos ao governo que nos ajude com a colocação de energia, um hospital e um mercado lá onde nos vão dar terreno", apelou Mina Ali.

"A água, quando vem, não faz barulho"

A governadora do Niassa, Judite Massengele, reiterou que é fundamental construir casas em zonas seguras.

"Temos que arranjar um sítio para construir onde não estaremos todos os dias com coisas na cabeça a fugir", afirmou a governadora. "A água, quando vem, não faz barulho; vem devagar e, quando nos assustamos, já está lá dentro. Então, temos de fazer as casas lá em cima."

Massengele recomendou ao governo local e ao Instituto Nacional de Gestão de Riscos e Desastres (INGD) que identifiquem com brevidade um local de abrigo para fixar tendas e garantir apoio multiforme para as vítimas das enxurradas.

As autoridades governamentais locais referem que, além da destruição completa de cerca de 30 residências erguidas com material precário, extensas áreas de produção agrícola foram devastadas pelas águas - sobretudo as culturas de arroz, milho, feijões e mandioca.

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