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Em São Tomé e Príncipe, presidenciáveis optam por campanhas “mais diretas” no 2º turno

1 de agosto de 2011

Reportagem da DW acompanhou encontro de Manuel Pinto da Costa com eleitores. Ele disputa presidência com Evaristo Carvalho. Os candidatos privilegiam o contato direto com a população. Decisão nas urnas será em 7/8.

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Na imagem, dois homens que perderam os empregos após a independência (1975) e não conseguiram mais trabalho; candidatos privilegiam "contato direto com a população"
Na imagem, dois homens que perderam os empregos após a independência (1975) e não conseguiram mais trabalho; candidatos privilegiam "contato direto com a população"Foto: DW

Nos últimos dias, os dois candidatos que disputam a segunda volta das eleições presidenciais em São Tomé e Príncipe (arquipélago ocidental africano no Golfo da Guiné) adotaram uma estratégia de campanha semelhante: as passeatas e o contato direto com a população. Segundo a Deutsche Welle apurou, a campanha do segundo turno tem sido menos ruidosa – ao contrário da primeira volta, durante a qual os cidadãos eram bombardeados com música, concentrações de massa e apelos a voto por cada candidato concorrente nas ruas de São Tomé, capital do arquipélago no Golfo da Guiné, na costa ocidental africana.

A intensidade do segundo turno tem outra matriz. Várias dezenas de quilômetros são percorridos diariamente pelos candidatos para conversa com a população, além do trabalho de ativistas no terreno.

Rua de São Tomé, capital do arquipélago na costa ocidental africana
Rua de São Tomé, capital do arquipélago na costa ocidental africanaFoto: picture-alliance/ dpa

A reportagem da Deutsche Welle acompanhou o candidato Manuel Pinto da Costa na sua passeata por algumas localidades do distrito de Mé-Zóchi.

“Abraço nacional” para unir os cidadãos de São Tomé

Os pontos de encontro são previamente identificados. Primeiro chega a carrinha mista com um cartaz do candidato e toca música para chamar a atenção dos eleitores.

Pinto da Costa aparece, cumprimenta e começa a conversar com os presentes, enfatizando que pretende unir os são-tomenses: “Um empurra daqui, outro empurra dali… [São Tomé e Príncipe] está a precisar de alguém que conduza, de alguém que una e que crie espaço para que todos possam discutir”, afirma.

Referindo-se a si mesmo em terceira pessoa, diz que “Pinto da Costa vai ser eleito com a participação de gente de todos os partidos e sem partido. Isso significa que ele sai de lá [das eleições]com uma força considerável para fazer esse abraço que nós precisamos a nível nacional”.

Por outro lado, Pinto da Costa também chama a atenção sobre a necessidade dos dirigentes não se divorciarem da população, como, segundo ele, tem acontecido: “Qualquer dirigente deste país que, ao sair de uma vitória destas – que eu vou sair – e corta o cordão umbilical com o povo, está ‘lixado’”, diz, rodeado por eleitores. “Porque é lá [no povo] que ele vai buscar a seiva. Se ele cometer este erro – que eu não cometo nunca – de não ter esse tipo de contato que eu estou a ter agora, perderá a força para ‘abraçar’. Portanto, o apoio de que preciso não é só no dia 7/8. Esse apoio vai para além do dia 7”, discursa.

O atual presidente de São Tomé e Príncipe, Fradique de Menezes. Em 7/8, ele deverá ser substituído por Manuel Pinto da Costa ou por Evaristo Carvalho
O atual presidente de São Tomé e Príncipe, Fradique de Menezes. Em 7/8, ele deverá ser substituído por Manuel Pinto da Costa ou por Evaristo CarvalhoFoto: AP

Um dos presentes faz também uma observação neste sentido: “Às vezes, quando o ‘nosso líder’ chega lá, os que o rodeiam amanhã nem sequer dão mais possibilidade de, se o senhor estiver a passar aqui, de a gente cumprimentar o senhor. Esse é um erro com o qual fico muito sentido”, explica, citando os guarda costas dos políticos. Ao que Pinto da Costa responde, rindo: “Os meus guarda costas são vocês”, causando também risos entre os eleitores à volta.

“Prenda especial” para o “Pai Grande”

Manuel Pinto da Costa cita também "obstáculos" que os adversários teriam plantado no terreno, citando panfletos que “falam mal” do candidato. Um dos eleitores à volta defende o candidato, dizendo que “isso não é política” e que quer saber “o que os candidatos querem fazer para a população”.

Se Pinto da Costa vencer as eleições de 7/8, poderá ganhar também uma espécie de prenda. “Pai Grande”, como também é chamado pelos seus apoiantes, comemora 74 anos, sexta-feira, dia 5, último dia da campanha de dez dias.

Autor: Juvenal Rodrigues (São Tomé)

Edição: Renate Krieger / António Rocha