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Diplomacia guineense mais "agressiva" com Sissoco Embaló

Lusa | ms
5 de outubro de 2020

Umaro Sissoco Embaló mudou o paradigma da diplomacia, afirma a ministra dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Suzi Barbosa, em entrevista a poucos dias da visita de Estado do Presidente guineense a Portugal.

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Foto: AFP/Seyllou

Em entrevista à agência de notícias Lusa, por ocasião da visita de Estado de Umaro Sissoco Embaló a Portugal, que tem início na quinta-feira (08.10), Suzi Barbosa explicou que o Presidente guineense é um "diplomata por excelência" e isso representou uma "mudança do paradigma do que é a diplomacia para a Guiné-Bissau".

"Nós, neste momento, temos uma diplomacia agressiva, dinâmica, mas, sobretudo, decidida, porque nós entendemos que a diplomacia é válida quando ela tem realmente benefícios para o país", afirmou.

"Apostamos numa diplomacia económica, em que vamos buscar parceiros válidos que possam ajudar a desenvolver a Guiné-Bissau e é o que se tem verificado. Todas as nossas missões têm o objetivo concreto de conseguir benefícios, numa relação 'win-win', com o país que vamos visitar", salientou a chefe da diplomacia.

Suzi Barbosa disse que o "futuro das relações diplomáticas" passam muito pelo setor privado e que "nesta nova ordem mundial", provocada pela pandemia do novo coronavírus, as "economias mundiais estão fragilizadas e é preciso apostar no setor privado e revitalizar" as economias.

E a estabilidade política?

Questionada sobre se o país vai conseguir manter a estabilidade política, a ministra salientou que essa é a "base para o desenvolvimento" da Guiné-Bissau. "Havendo estabilidade, nós damos garantias aos nossos parceiros que têm condições para vir investir no país, essa estabilidade vai motivar os nossos próprios investidores nacionais", disse, salientando que a continuidade nas políticas e nos interlocutores dá maior confiança aos parceiros para fazerem investimento.

Außenminister aus Portugal, Augusto Santos Silva, und Außenminister aus Guinea-Bissau, Suzi Barbosa
Augusto Santos Silva e Suzi Barbosa, MNE de Portugal e da Guiné-BissauFoto: DW/ I. Dansó

"Eu acredito que esta estabilidade vai permitir-nos, sem dúvida, um crescimento económico, um desenvolvimento na Guiné-Bissau que se vai refletir ao nível da construção de infraestruturas, criação de postos de trabalho, melhoria das condições de vida da população, que é hoje o objetivo final do Governo", sublinhou.

O Presidente da Guiné-Bissau realiza entre quinta e sexta-feira uma visita de Estado a Portugal, a primeira a um país da Europa. Segundo Suzi Barbosa, durante a sua estada em Portugal, Umaro Sissoco Embaló terá um encontro com o seu homólogo, Marcelo Rebelo de Sousa, visitará a Assembleia da República, bem como a sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

No âmbito da sua deslocação, o chefe de Estado deverá reunir-se também com a comunidade guineense residente na diáspora e com empresários portugueses interessados em investir na Guiné-Bissau.

Costa em Bissau "antes do final do ano"

O primeiro-ministro português, António Costa, deverá visitar a Guiné-Bissau antes do final de 2020, para assinar o Programa Estratégico de Cooperação (PEC), disse ainda Suzi Barbosa na entrevista à Lusa.

"Temos previsto, se tudo correr bem, que antes do final do ano, o primeiro-ministro português venha à Guiné-Bissau e assine aqui o próximo PEC. O que será um prazer para nós e o reafirmar das excelentes relações que nós temos entre os nossos dois países", afirmou a chefe da diplomacia guineense. 

O Programa Estratégico de Cooperação entre Portugal e a Guiné-Bissau termina este ano, mas o próximo, para o período entre 2021-2026, já está a ser preparado há cerca de um ano pelas autoridades guineenses. 

O atual programa, orçado em 40 milhões de euros, termina no final do ano, mas o valor efetivamente executado é de quase 60 milhões. 

"Nesta ida, vamos propor a Portugal as áreas que consideramos prioritárias. É bom saber que com Portugal, sobretudo, trabalhamos nas áreas da Saúde e Educação, que também são prioritárias, alguma coisa também no âmbito da Defesa", salientou a ministra dos Negócios Estrangeiros. 

  

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