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Ucrânia: "Merkel pode ser a pessoa certa para mediar"

Gerhard Elfers
2 de março de 2022

É o que diz à DW Andrey Kortunov, chefe do Conselho dos Assuntos Internacionais da Rússia, uma "think tank", com sede em Moscovo, fundada por instituições russas - incluindo o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

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Angela Merkel und Vladimir Putin
Presidente russo, Vladimir Putin, e a antiga chanceler alemã, Angela Merkel, em 2018Foto: Michael Kappeler/dpa/picture alliance

Andrey Kortunov é um dos mais respeitados especialistas russos em política externa, e o chefe do Conselho dos Assuntos Internacionais da Rússia (Russian International Affairs Council - RIAC), uma "think tank", com sede em Moscovo, que foi fundada por várias instituições russas, incluindo o Ministério dos Negócios Estrangeiros.  

Em entrevista à DW, Kortunov falou sobre o papel do círculos intelectuais russos na recente invasão russa à Ucrânia, e possíveis saídas para contornar a atual crise. Segundo ele, encontrar pessoas ou organizações respeitadas de ambos os lados para a meditação seria uma possibilidade, e a ex-chanceler alemã, Angela Merkel, uma possível figura para tal. Leia a entrevista:

Deutsche Welle: Como é possível encontrar uma forma de sair desta crise?

Andrey Kortunov: Talvez precisem de algum tipo de mediação, uma instituição ou uma pessoa respeitada por ambos os lados que tenha acesso, que conheça o problema? Sabe, alguém como a antiga chanceler Angela Merkel poderá ser a pessoa certa para ajudar os dois lados a encontrar algum, ou pelo menos um, compromisso provisório.

Russland Andrey Kortunov
Andrey KortunovFoto: Dmitry Feoktistov/Tass/imago images

Deutsche Welle: Quem terá aconselhado Putin a ir em frente com a invasão?

AK: Não creio que diplomatas, o Ministério dos Negócios Estrangeiros ou grupos de reflexão tenham aconselhado [Vladimir Putin] a fazer isso. Porque, até onde eu sei, todos os peritos entre os respeitados grupos de reflexão consideraram esta operação como inconcebível. Fizemos a nossa análise custo-benefício, e penso que todos nós, talvez com poucas excepções, concluímos que, pondo de lado todas as considerações éticas, a Rússia tem muito a perder, mesmo que a operação militar seja bem-sucedida.

Deutsche Welle: Será que há alguém suficientemente corajoso no círculo interno de Putin para contradizê-lo?

AK: Penso que não. Assistimos a reunião do Conselho de Segurança e acredito que são unânimes em apoiar o Presidente.