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Ataque em Moscovo: Líderes mundiais condenam "ato de terror"

DW (Deutsche Welle) | Lusa | AFP | DPA | tms
23 de março de 2024

A comunidade internacional manifestou o seu apoio ao povo russo depois de um tiroteio numa sala de concertos em Moscovo ter causado dezenas de mortos. O Estado Islâmico reivindicou a autoria do atentado.

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Os trabalhos de investigação continuam este sábado após o ataque de sexta-feira à noite
Os trabalhos de investigação continuam este sábado após o ataque de sexta-feira à noiteFoto: Vyacheslav Prokofyev/picture alliance/dpa/TASS

A Rússia já deteve pelo menos 11 pessoas suspeitas de envolvimento no ataque a uma sala de espetáculos nos arredores de Moscovo, na sexta-feira à noite, que fez pelo menos 115 mortos e foi reivindicado pelo Estado Islâmico. A informação foi avançada este sábado (23.03) pelo serviço de segurança russo FSB.

Entre os detidos estão "quatro terroristas diretamente envolvidos na execução do ataque", afirmou a agência de notícias russa Interfax, citando o Kremlin.

Entretanto, o deputado Alexander Khinshtein disse no Telegram que dois suspeitos foram detidos na região de Bryansk após uma perseguição de carro.

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, que até ao início da tarde ainda não havia se manifestado publicamente sobre o atentado que deixou pelo menos 107 feridos, desejou a rápida recuperação das vítimas do ataque.

"O Presidente desejou a todos uma rápida recuperação e agradeceu aos médicos", disse este sábado a vice-primeira-ministra russa, Tatyana Golikova, citada pelos 'media' do país.

Russos prestam condolências às vitimas do ataque
Russos prestam condolências às vitimas do ataqueFoto: picture alliance/dpa/TASS

As forças de ordem russas afirmaram estar à procura dos agressores e as autoridades advertiram que o número de mortos "pode aumentar". O número de mortos, que inicialmente era 40, passou para 60 e, na manhã deste sábado, subiu 93 e já foi atualizado para 115.

Estado Islâmico reivindicou autoria do atentado

O ataque armado, a que se seguiu um enorme incêndio numa sala de concertos nos arredores de Moscovo, foi reivindicado pelo grupo fundamentalista Estado Islâmico (EI). 

Isto depois de a Ucrânia ter negado qualquer responsabilidade e os serviços secretos de Kiev terem acusado o Kremlin de orquestrar o ataque, para culpar a Ucrânia e justificar "uma escalada" da guerra, conforme noticiou a agência France-Presse (AFP).

O EI, que já atacou a Rússia em várias ocasiões, afirmou na plataforma de mensagens Telegram que os combatentes do grupo "atacaram uma grande concentração (...) nos arredores da capital russa".

A organização fundamentalista afirmou que o grupo de comandos tinha depois "regressado em segurança à base". 

Mais de 100 pessoas ficaram feridas no ataque ao Crocus City Hall
Mais de 100 pessoas ficaram feridas no ataque ao Crocus City HallFoto: Maxim Shemetov/REUTERS

Líderes mundiais prestam apoio ao povo russo

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia apelou à comunidade internacional para que condenasse o ataque.

O secretário-geral das Nações Unidas e o Conselho de Segurança condenaram  "com a maior veemência possível" o ataque. Em comunicado, um porta-voz da ONU referiu que António Guterres "condena nos termos mais fortes o ataque terrorista" perto de Moscovo e "transmite as suas condolências às famílias enlutadas e ao povo e governo da Federação Russa".

Numa declaração do Conselho de Segurança da ONU, os seus membros também "condenaram com a maior veemência o hediondo e cobarde ataque terrorista contra uma sala de concertos em Krasnogorsk", nas imediações de Moscovo.

Comité de investigação russo está a trabalhar no cenário do ataque
Comité de investigação russo está a trabalhar no cenário do ataqueFoto: picture alliance/AP

A União Europeia (UE) disse estar "chocada e consternada" com as notícias do ataque. O porta-voz do Serviço Europeu para a Ação Externa (SEAE), Peter Stano, na sua conta oficial na rede social X, salientou que a UE "condena qualquer ataque contra civis".

"Os nossos pensamentos estão com todos os cidadãos russos afetados" pelo ataque, acrescentou Peter Stano.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha também apresentou as suas condolências e apelou a uma investigação.

"As imagens do terrível ataque a pessoas inocentes na Crocus City Hall, perto de Moscovo, são horríveis. Os factos devem ser investigados rapidamente", declarou.

A África do Sul, aliada da Rússia nos BRICS, condenou o "ato de terror" contra Moscovo e considerou que "o terrorismo, sob qualquer forma e por qualquer motivo, não pertence à nossa sociedade e deve ser condenado por todos".

"Gostaríamos de enviar uma mensagem de condolências ao Governo da Rússia, às famílias das vítimas, bem como aos feridos, desejando-lhes uma rápida recuperação", frisou o Governo sul-africano através do porta-voz do Ministério das Relações Internacionais e Cooperação, Clayson Monyela.

O Governo brasileiro, outro parceiro da Rússia nos BRICS, mostrou-se solidário para com o povo e Governo da Rússia. Numa nota, o Governo brasileiro frisou que "ao expressar condolências aos familiares das vítimas e o desejo de pronta recuperação aos feridos, o Brasil manifesta sua solidariedade ao povo e ao Governo da Rússia e reitera seu firme repúdio a todo e qualquer ato de terrorismo".

O Presidente chinês e o primeiro-ministro indiano, da mesma forma, condenaram o ataque. Xi Jinping, apresentou "as condolências" ao homólogo russo, Vladimir Putin, de acordo com a agência de notícias estatal chinesa Xinhua. Também o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, condenou o "hediondo ataque terrorista" em Moscovo.

Outros países, como Itália, França e Espanha também manifestaram-se em apoio ao povo russo e classificando o atentado na capital da Rússia como "hediondo e abominável".

Artigo atualizado às 11h13 com o novo número de mortos divulgado pelas autoridades russas