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Angola: Fim da audição aos réus no caso "Burla Tailandesa"

Lusa
2 de março de 2019

Em Angola, o Tribunal Supremo terminou esta sexta-feira (01.3) a audição do último réu no julgamento do caso conhecido como "Burla Tailandesa". Réu tailandês reafirma autenticidade do cheque de 50 mil milhões de dólares.

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Angola Justiz Symbolbild
Símbolo da Justiça angolana.Foto: DW/N. Sul de Angola

O processo ainda está longe do desfecho, mas o Tribunal Supremo de Angola terminou esta sexta-feira (01.3) a audição do último dos dez réus no julgamento do caso conhecido como "Burla Tailandesa", de tentativa de burlar o Estado angolano em 50 mil milhões de dólares (43,5 mil milhões de euros). 

O julgamento começou a 17 de janeiro deste ano, mas apenas nesta sexta-feira terminou a audição dos dez réus - quatro tailandeses, quatro angolanos, um eritreu e um canadiano. O último réu a ser ouvido, Theera Buapeng, apenas fala a língua nacional da Tailândia e, por isso, o tribunal teve dificuldades para encontrar um intérprete.

Cheque

Angola Luanda Justizpalast
Prédio da Justiça em AngolaFoto: DW/C.V. Teixeira

Após sucessivos adiamentos para a audição do réu tailandês, foi possível fazê-lo com a chegada de uma tradutora. Theera Buapeng reafirmou em tribunal a autenticidade do cheque de 50 mil milhões de dólares.

Ao juiz, o arguido tailandês disse que o valor em causa, pertencente à empresa Centennial Energy, de Raveeroj Ritchoteanan, serviria para os investimentos em Angola e que está depositado no Banco Nacional das Filipinas, em Nova Iorque, papel financeiro que as autoridades angolanas alegam ser falso.

Nesta segunda-feira (04.3), está previsto que se retome a audição dos 38 declarantes arrolados ao processo. Entre esses, a diretora da Unidade de Informação Financeira (UIF), um antigo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas (FAA), dois ex-comandantes gerais da Polícia Nacional e o diretor do Serviço de Migração Estrangeiros (SME), além de outros altos funcionários do Estado angolano.

O caso

Symbolbild Geldwäsche
Caso de alegada burla remonta a 2017Foto: Fotolia/Carlson

O caso remonta a 2017, quando, em finais de novembro, chegou a Angola uma delegação de supostos investidores estrangeiros, provenientes da Tailândia, com uma carta-convite do diretor da Unidade Técnica de Investimentos Privados (UTIP), Norberto Garcia, igualmente arguido e em prisão domiciliária desde setembro de 2018, entregue pela arguida angolana, Celeste de Brito, para investirem no país.

Em fevereiro de 2018, as autoridades policiais angolanas procederam à detenção dos réus, após alertados pela Unidade de Informação Financeira (UIF) sobre a falsidade do cheque.

Em prisão preventiva encontram-se quatro tailandeses, dois angolanos e um eritreu, enquanto em prisão domiciliária estão dois dos angolanos, com o canadiano a aguardar e liberdade, mas retido em Luanda. O grupo é acusado dos crimes de burla por defraudação na forma frustrada, auxílio à imigração ilegal, tráfico de influência, associação criminosa, falsificação de documentos e uso de documentos falsos.