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EducaçãoAngola

Quanto tempo durará a greve dos professores universitários?

24 de outubro de 2022

Professores do ensino universitário público voltam a entrar em greve. Sindicato diz que só suspende a paralisação se o Governo angolano atender as suas exigências.

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Universidade Agostinho Neto, em Luanda
Foto: DW/P. B. Ndomba

É a segunda paralisação em menos de um ano. De janeiro a maio já tinha havido outra greve, que foi interrompida a pedido dos bispos católicos. Mas os docentes queixam-se que o Governo continua a não aceitar as suas exigências.

Os professores do ensino universitário público exigem aumentos salariais, seguro de saúde e um fundo para investigação científica, entre outros pontos.

Eduardo Peres Alberto, secretário-geral do Sindicato dos Professores do Ensino Superior (SINPES), pede a intervenção do Presidente João Lourenço: "Compreendemos que há questões que transcendem a capacidade do ministério de tutela. Por isso, exortamos ao Ministério do Ensino Superior que remeta o caso ao Presidente da República. Sem o tratamento destes pontos, sem a vontade política do Governo, a comunidade académica não aceitará levantar a greve."

Negociações esta terça-feira

Tanto o sindicato dos professores, como o Governo dizem estar abertos ao diálogo. Para esta terça-feira (25.10), está prevista uma nova ronda negocial.

Eugénio da Silva, secretário de Estado para o Ensino Superior, garante que a situação dos docentes merece a atenção do Governo. 

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À televisão pública angolana TPA, o governante assegurou, por exemplo, que o fundo para investigação científica será inscrito no Orçamento Geral do Estado, a ser aprovado até dezembro deste ano. Quanto ao reajuste salarial, o Executivo de João Lourenço disse que o Estado propôs um aumento de 6%, entretanto, recusado pelos professores.  

Eugénio da Silva apela ao "bom senso" da classe docente para pôr fim ao diferendo. 

"É preciso haver serenidade", afirmou o secretário de Estado, "é preciso acreditar que as soluções estão a ser encontradas. Tanto é que, por exemplo, do ponto de vista da formação contínua académica e pedagógica dos docentes, há um plano estabelecido que prevê apoios financeiros."

SINPES traça linhas vermelhas

O Ministério do Ensino Superior reconheceu, em abril, que os estudantes perderam 14 semanas de aulas por causa da greve. Agora, não se sabe quanto tempo mais ficarão sem aulas se as negociações se arrastarem. 

O secretário-geral do Sindicato dos Professores do Ensino Superior define várias linhas vermelhas antes da próxima ronda negocial:

"Se não houver seguro de saúde, se não houver fundo para investigação científica para cumprimento das práticas académicas, assim como formação contínua, a greve não pode ser levantada", alerta Alberto Perez. 

O protesto só terminará "se, de facto, o Governo garantir prazos", concluiu.

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