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Cabinda: FLEC reclama "sucesso" em várias operações

Lusa
22 de agosto de 2022

Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC) diz que as suas forças armadas executaram quatro operações, "provocando severas baixas" entre as Forças Armadas Angolanas. Uma assembleia de voto foi destruída.

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Angola Symbolbild Polizei in Cabinda
Foto: RainbowPress/Cameleon//abaca/picture alliance

As operações -- "três na manhã desta segunda-feira (22.08) e uma no domingo (21.08)", de acordo com um comunicado da FLEC divulgado hoje e assinado pelo chefe operacional das FAC, Zé Roberto Pereira Tshibulu-Nzau - decorreram na região de Belize, no enclave de Cabinda.

A FAC reclama ter atacado esta madrugada, pelas 04:53 (hora local), na aldeia de Kai-Viedi, um pelotão das Forças Armadas Angolanas (FAA), num confronto que terá durado "duas horas", "tendo sido registada a morte de oito soldados angolanos" e ferimentos "graves" em outros dois. "Uma mesa de voto foi destruída pelos militares das FAC durante a operação", segundo o comunicado da FLEC.

Numa segunda aldeia - Tsuku-Tadi - na mesma região, as FAC anunciam ter surpreendido militares das FAA esta madrugada pelas 05:27 e eliminado três militares angolanos. 

Ainda esta madrugada, pelas 06:00, na aldeia Tsola-Povo, também na região de Belize, as FAC dizem ter lançado "um ataque contra uma patrulha das FAA, que resultou em quatro mortos e vários feridos do lado das FAA. As FAC sofreram duas baixas". Mais uma vez, o braço armado da FLEC reclama ter "destruído" as mesas voto instaladas nesta localidade.

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Assembleia de voto destruída

A operação deste domingo tinha sido objeto de um comunicado anterior da FLEC/FAC, no qual reclama ter atacado uma unidade das FAA, provocando 26 mortos e destruído uma assembleia de voto na localidade de Thando-Matselele, na região de Belize.

Segundo esse texto, além da destruição da assembleia de voto, "três chineses morreram" durante os combates. Entre o contingente das FAA, as FAC contabilizaram 26 mortos, entre os quais um tenente-coronel, e ainda 14 feridos". 

"Uma antena de telecomunicações, que alimentava três bases militares das Forças Armadas Angolanas - Belize, Buco-Zau e Necuto - foi destruída no centro da aldeia", segundo o mesmo texto, em que o movimento independentista de Cabinda refere ainda ter recuperado armas automáticas e de assalto, lançamento de foguetes e várias munições.

A FLEC anunciou este domingo que irá "intensificar" as ações militares "contra o ocupante angolano" em todo o "território de ocupação" nos dias que antecedem as eleições angolanas, esta quarta-feira, dia 24.

Apelo ao boicote das eleições

Em 4 de agosto, a FLEC desejou ao povo angolano que nas eleições do próximo dia 24 se liberte da ditadura e oligarquia do Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA) e apelou ao boicote do escrutínio no enclave.

O movimento recordou então que o seu "compromisso" é "levar à independência o território de Cabinda e forçar, pela via do diálogo ou das armas, a descolonização" do enclave, sublinhando nesse comunicado que "as eleições que vão decorrer em Angola, o país que ocupa Cabinda, não são eleições cabindenses". 

"Participar em Cabinda em eleições angolanas é colaborar com a sangrenta ocupação de Cabinda, humilhar os nossos mártires e os nossos mais velhos, mas também hipotecar o futuro político de Cabinda", afirmou então o movimento independentista.

"A direção política da FLEC-FAC apenas deseja ao povo angolano que se liberte, através das suas eleições, da ditadura do MPLA e de toda a oligarquia do MPLA, que estrangula o povo angolano desde a independência de Angola", prosseguia o texto divulgado no início do mês.

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