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Alemanha desbloqueia mais dinheiro para o Corno de África

19 de agosto de 2011

Os jornais alemães escreveram muito sobre a visita ao Quénia do ministro alemão da Cooperação. Dirk Niebel esteve nomeadamente no campo de refugiados de Dadaab.

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Ministro alemão da cooperação e desenvolvimento, Dirk Niebel, com o Primeiro Ministro queniano, Raila Odinga (15.08)Foto: DW

O ministro alemão da Cooperação Dirk Niebel esteve no Quénia e na ocasião, anunciou um montante de 118 milhões de euros suplementares desbloqueados pela Alemanha, a título de ajuda humanitária e também estrutural à região do Corno de África, que vive uma dramática situação de fome.

O quotidiano Die Welt destaca que "os donativos recolhidos nas últimas semanas junto dos alemães para socorrer aqueles que sofrem da fome no leste de África, atingiram cerca de 100 milhões de euros". Para o jornal, "trata-se de um montante gigantesco, que merece respeito e revela principalmente que o que se passa a milhares de quilómetros da Alemanha não é indiferente à sua população".

O ministro da cooperação, nota mais à frente o jornal, "precisou de tempo para compreender que as fomes também fazem parte da sua competência", e que em situações como esta, uma atitude "economicamente fria que quer imprimir ao seu ministério não permite ir tão longe".

Hungernde Kinder in einem Flüchtlingslager in Ogaden, Äthiopien, 1991
Crianças num campo de refugiados em Ogaden, no leste da EtiópiaFoto: AP

Informações sobre a fome na Etiópia são oriundas de Ogaden, a região rebelde

Para o Frankfurter Allgemeine Zeitung, é "escandaloso que em pleno século XXI pessoas estejam ameaçadas de morrer à fome" como é o caso atualmente no Quénia, na Etiópia e na Somália. Mas é um escândalo que "os governos desses três países devem eles próprios assumir". E o jornal cita o exemplo do Quénia: "Segundo a Cruz Vermelha, três milhões de pessoas estão atingidas pela crise alimentar, embora o governo tivesse conhecimento da situação oito meses antes ".

A mesma constatação pode ser aplicada à Etiópia e nesse caso, a situação piorou com a proibição da propriedade agrícola privada. "As sementes são distribuídas pelo Estado muitas vezes com base em considerações políticas", escreve o jornal para acrescentar mais à frente que "a maior parte das informações sobre a fome na Etiópia vem de Ogaden, a região rebelde no leste do país".

O jornal conclui que "nos dois países, a crise alimentar é atiçada por um fenómeno muitas vezes ignorado: a explosão demográfica". No Quénia, a população aumenta de 500 mil anualmente e a Etiópia com 80 milhões de habitantes é atualmente o segundo país mais populoso de África, depois da Nigéria. Paralelamente, a produção alimentar local está ainda na "idade da pedra". O jornal sublinha que a única possibilidade de romper o ciclo vicioso "crescimento demográfico e diminuição de recursos" está na educação das pessoas.

Etiene Tshisekedi, um peso pesado da política congolesa

A República Democrática do Congo, aproxima-se lentamente da eleição presidencial marcada para novembro próximo. Os jornais alemães interessam-se por um velho conhecido da política congolesa, Etiene Tshisekedi.

Wahlkampf im Kongo - Etienne Tshisekedi
Etiene Tshisekedi, de 78 anos, é considerado por muitos o "Mandela do Congo"Foto: AP

Com 78 anos de idade, Tshisekedi, escreve o Die Welt, é tão popular como enigmático. Muitas esperanças repousam sobre ele, porque é considerado a principal alternativa ao presidente cessante Joseph Kabila.

Em relação ao crescente autoritarismo de Kabila, o jornal escreveu que "Tshisekedi encarna os valores democráticos e a esperança que um novo chefe de governo possa pôr um termo à corrupção, à pobreza e a violência no país".

O Die Welt recorda que "Tshisekedi foi ministro sob a presidência de Mobutu na década de 70, que também o colocou na prisão em 1980".

Tshisekedi, é há anos o primeiro sério candidato da oposição "que não é procurado por crimes de guerra", afirma o quotidiano ao destacar por outro lado que também tem muitos críticos que o acusam pelo seu caráter autoritário. Isso poderá comprometer a cooperação com os outros candidatos da oposição, "um entendimento sem o qual uma vitória eleitoral contra Kabila é sem dúvida impossível", conclui o quotidiano.

Autor: António Rocha

Edição: Nádia Issufo