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David Mendes, advogado de fiéis da seita religiosa "A Luz do Mundo", diz ser alvo de perseguição e correr risco de vida. Organizações de direitos humanos preparam-se para tomar uma posição conjunta.
O advogado David Mendes denunciou, na semana passada, durante a leitura das alegações finais do caso Kalupeteka, que está a ser alvo de perseguição e ameaças de morte.
"Nós deveríamos ter estado aqui na sexta-feira [05.02], mas tivemos de ir embora porque fomos ameaçados aqui no Huambo", afirmou Mendes, advogado da Associação Mãos Livres, responsável pela defesa de nove fiéis da seita religiosa "A Luz do Mundo" e do seu líder, José Julino Kalupeteka.
As ameaças terão começado ainda antes de Kalupeteka e dos seus correligionários começarem a ser julgados, a 18 de janeiro. "Já antes desse julgamento, um oficial da Investigação Criminal dirigiu-se para mim e disse: tenha cuidado", revelou Mendes.
"Que Estado é este, meritíssimo juiz, em que os advogados, por assumirem a defesa de um cidadão, correm risco de vida?"
Tomada de posição conjunta
Face às ameaças, a Associação Mãos Livres prepara-se para, nos próximos dias, tomar uma posição, em conjunto com outras organizações não-governamentais ligadas à defesa dos direitos humanos.
"Tudo estamos a fazer no sentido de chamar à responsabilidade as autoridades angolanas, sobretudo a Polícia Nacional, relativamente às ameaças a David Mendes", garantiu Salvador Freire em entrevista à DW África.
O ativista José Patrocínio, coordenador da Associação Omunga, considera que a perseguição contra David Mendes é mais um sinal do agravamento da situação dos direitos humanos em Angola.
A DW África tentou ouvir o porta-voz do Comando da Polícia Nacional no Huambo, Martinho Kavita, sem sucesso.