UE decreta medidas para defender mercado do aço
27 de março de 2002Na guerra comercial do aço, entre os Estados Unidos e a UE, a Comissão Européia impôs sobretaxas de 14,9% até 26% para 15 tipos de produtos de aço. Todas as importações que extrapolarem quotas, calculadas à base da média das importações dos últimos anos, estarão sujeitas às tarifas especiais. A medida entrará em vigor nos próximos dias, após sua publicação oficial, sendo válida inicialmente por seis meses.
As autoridades européias estão convencidas de que a entrada de até 15 milhões de toneladas de metal, originalmente destinadas aos Estados Unidos, prejudicariam seriamente as indústrias e o mercado de trabalho na Europa. Em 20 de março entraram em vigor nos EUA sobretaxas entre 8% e 30% sobre produtos siderúrgicos, em nome da defesa dos interesses da indústria nacional.
O protecionismo americano forçou a comunidade dos 15 a recorrer a barreiras e salvaguardas, disse o comissário do Comércio da UE, Pascal Lamy, nesta quarta-feira, em Bruxelas. O presidente da Comissão Européia, Romano Prodi, ressaltou que a União Européia não deseja um confronto com os EUA. As sobretaxas européias serão abolidas assim que Washington cancelar as suas.
A Federação Alemã da Indústria Siderúrgica saudou a medida. O ministro alemão da Economia, Werner Müller, contudo, advertiu de uma guerra comercial entre os Estados Unidos e o bloco europeu. Uma escalada do conflito poderia ter conseqüências consideráveis para toda a economia alemã.
Por isso, a Alemanha não defende represálias imediatas da União Européia contra produtos americanos, como também está sendo cogitado em Bruxelas. A Alemanha exporta anualmente bens no valor de 55 bilhões de dólares aos EUA. Desse montante, 41% são automóveis. As exportações alemãs de aço aos EUA somam apenas 750 milhões de dólares.