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Assim como Brasil, Alemanha também sofre para exportar aço aos EUA

Neusa Soliz16 de novembro de 2001

Siderúrgicas alemãs evitam previsões para 2002, por ainda não saber a extensão dos efeitos dos atentados terroristas nos EUA na economia.

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Há pouco menos de dois meses para o ínicio do ano 2002, o setor siderúrgico alemão não arrisca fazer previsões para o período. Na abertura do Congresso Internacional do Aço, em Düsseldorf, o presidente da Confederação Alemã das Siderúrgicas, Dieter Ameling, alega que não são avaliáveis no momento todos os efeitos dos ataques terroristas em Nova York e das diminuições de juros nos EUA e na Europa.

A Alemanha produz 45 milhões de toneladas este ano. Até o final de setembro, as siderúrgicas faturaram 44,3 bilhões de marcos (50,54 bilhões de reais), um pouco menos do que no ano passado. Fato é que as siderúrgicas alemãs estão às voltas com altos custos, em virtude da relação desfavorável do euro frente ao dólar, o que levou a ThyssenKrupp Stahl a optar por reduzir sua produção e sua capacidade a partir do fim do ano.

As exportações aos Estados Unidos são outra fonte de dor de cabeça para os fabricantes alemães. O aço Made in Germany também está sujeito às mesmas sobretaxas e cotas impostas aos produtos brasileiros e outros 18 países, devido a medidas antidumping adotadas por Washington para proteger as siderurgias nacionais. A produção que não pode ser vendida nos EUA acaba pressionando os preços do aço em outros lugares do mundo.

Crise

– Para o dirigente alemão Ameling, o problema nos EUA não é "importado", isto é, causado pelas importações baratas a preços de dumping. Ele é o resultado de uma concorrência agressiva no próprio mercado americano, ou seja, a crise do aço é interna. "São 26 siderúrgicas que se colocaram sob a proteção do capítulo 11 da lei nacional de falências e concordatas. Nós sabemos que as grandes companhias americanas investiram muito pouco no passado. Por isso, são menos competitivas do que a indústria européia e de outros países, e seus preços são mais altos do que os nossos aqui na Europa", observou o empresário.

Em Washington, a Comissão Internacional de Comércio (ITC) decidiu, na terça-feira (13), remeter o caso à Secretaria do Comércio, que deve pronunciar-se até 7 de março de 2002 e definir se os países acusados de exportarem aos EUA a preço de dumping deverão pagar multas.

Produção

– Sétimo produtor de aço do mundo, o Brasil vem fabricando em torno de 25 milhões de toneladas de aço bruto por ano, desde a década de 90. Nos últimos 12 meses, produziu 45.493 milhões de toneladas de aço bruto e laminados, não incluídos os produtos semi-acabados, segundo o Instituto Brasileiro de Siderurgia.

Até o fim do ano, serão produzidas mundialmente 840 milhões de toneladas de aço bruto. A Ásia lidera o ranking, com 300 milhões de toneladas, 140 milhões das quais provêm da China. Os Estados Unidos estão atrás da China, com 100 milhões de toneladas, enquanto os 15 países da União Européia devem chegar a 160 milhões de toneladas. Na Europa Ocidental já se encerrou o processo de concentração das siderúrgicas, o que ainda está apenas começando no Leste Europeu.