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UE autoriza uso de vacina de dose única da Johnson

11 de março de 2021

União Europeia já encomendou 400 milhões de doses do imunizante produzido nos EUA. Por ser mais fácil de armazenar e aplicada em apenas uma dose, vacina exige logística de distribuição mais simples que concorrentes.

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Pessoa segura ampola de vacina enquanto coloca o produto em uma seringa.
Vacina da J&J pode ser armazenada por pelo menos três meses em temperaturas de 2 ºC a 8 ºCFoto: Michael Ciaglo/Getty Images

Após aprovação pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA), a Comissão Europeia autorizou nesta quinta-feira (11/03) o uso da vacina contra covid-19 da Johnson & Johnson. O imunizante é o quarto a receber luz verde na União Europeia (UE) e se soma às vacinas da Pfizer-BioNTech, da AstraZeneca-Oxford e da Moderna. A UE já encomendou 400 milhões de doses da vacina, que é produzida pela Janssen, unidade farmacêutica da J&J. 

"Estão chegando ao mercado vacinas mais seguras e eficazes", escreveu a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no Twitter. "Acabamos de autorizar o uso da vacina da Johnson & Johnson's na UE. Com o número de doses que encomendamos, poderíamos vacinar até 200 milhões de pessoas na UE."

Ao contrário dos outros imunizantes já aprovados no bloco europeu, que requerem a administração de duas doses, a vacina da Johnson & Johnson é aplicada em dose única, o que facilita a logística de campanhas de vacinação. A vacina está sob revisão contínua do órgão regulador desde dezembro de 2020.

No fim de janeiro, a Johnson & Johnson informou que o imunizante tem eficácia média de 66% na prevenção da covid-19. Os testes foram feitos em três continentes, e a vacina mostrou resultados robustos, em diferentes níveis, também contra mutações do coronavírus, sobretudo para evitar casos graves.

No ensaio com quase 44 mil voluntários, o nível de proteção contra a covid-19 moderada e severa variou de 72% nos Estados Unidos a 66% na América Latina e 57% na África do Sul, onde uma variante preocupante se espalhou. Contra casos graves da doença e hospitalizações, a eficácia foi de 85%. Os testes da fase três também ocorreram no Brasil. 

A menor eficácia em relação a vacinas de empresas concorrentes é parcialmente explicada pelo fato de que os ensaios clínicos foram conduzidos mais tarde do que os de outros imunizantes, quando variantes mais agressivas do coronavírus já se tornavam dominantes.

A vacina da J&J pode ser armazenada por pelo menos três meses em temperaturas de 2 ºC a 8 ºC. Em temperaturas de 20 ºC negativos, ela pode ficar estável por dois anos.

O uso emergencial da vacina da J&J foi autorizado nos Estados Unidos no final do mês passado. O Bahrein, foi o primeiro país a aprová-la.

A empresa sediada em Nova Jersey também está buscando a aprovação da Organização Mundial de Saúde (OMS). A necessidade de apenas uma dose e o fácil armazenamento a torna uma candidata adequada para uso em larga escala global, inclusive em áreas rurais.

A empresa afirmou que pretende produzir cerca de 1 bilhão de vacinas até o final do ano.

Três outros imunizantes contra covid-19 estão sob revisão contínua da EMA: o da alemã CureVac, o da americana Novavax e a russa Sputnik V. A revisão contínua permite que o órgão regulador acelere seu processo de revisão observando os dados conforme são divulgados pelas empresas, em vez de fazer isso de uma única vez.

Vacinação lenta na Europa

A UE tem sido duramente criticada pela lentidão de suas campanhas de vacinação, ficando bem atrás do índice de imunização da população de países como Israel, Estados Unidos e Reino Unido.

De acordo com o site Our World in Data, da Universidade de Oxford, a UE, com uma população de cerca de 450 milhões de pessoas, havia administrado até terça-feira apenas cerca de 43 milhões de doses. Para comparação, os Estado Unidos, com população de cerca de 328 milhões, já havia aplicado aproximadamente 93 milhões de doses.

A Europa também vive uma alta nos casos de covid-19, à medida que novas variantes do coronavírus se espalham pelo continente. Somente na semana passada, foram 1 milhão de novos casos, um aumento de 9% em relação à semana anterior.

Além disso, o bloco europeu está envolvido em disputas com a AstraZeneca sobre a entrega insuficiente de vacinas já acordadas.

le/lf (ots)