Sob pressão, Trump cede um pouco sobre armas
O presidente americano, Donald Trump, ordenou ao seu governo que desenvolva medidas para "proibir todos os dispositivos" que possam ser colocados em armas semiautomáticas para que disparem mais rápido.
O uso de tal mecanismo entrou em debate após o massacre num show em Las Vegas, em 2017, que resultou na morte de 58 pessoas, e a declaração de Trump chega uma semana após a chacina numa escola da Flórida.
"Assinei um memorando para que o procurador-geral [Jeff Sessions] proponha regulamentações que proíbam todos os dispositivos que transformam armas legais em metralhadoras", disse Trump, na terça-feira (20/02), em Washington. "Espero que estas regulamentações estejam concluídas em breve."
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Os dispositivos aos quais se referia Trump são conhecidos em inglês como "bump stocks" e podem ser incorporados nas culatras dos fuzis semiautomáticos para abrir fogo de maneira completamente automática, com o intuito de disparar mais rápido.
O uso desses acessórios permitiu que o atirador de outubro do ano passado em Las Vegas disparasse nove balas por segundo da janela de um hotel, e causasse a morte de 58 pessoas e ferimentos em cerca de 500 que assistiam a um show ao ar livre.
Depois do massacre, a Casa Branca afirmou dar "as boas-vindas a um debate" sobre a possibilidade de restringir a venda dos "bump stocks", dado que as armas automáticas são proibidas nos EUA e esses mecanismos permitem simulá-las.
Embora a ideia de aumentar a regulação dos "bump stocks" tenha recebido inclusive o apoio de vários republicanos tradicionalmente contrários ao controle de armas e da própria Associação Nacional do Rifle (NRA), o debate no Congresso sobre o tema está travado. A proposta de banir as modificações nas armas foi apresentada em outubro pela senadora democrata Dianne Feinstein.
A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, disse em entrevista coletiva minutos antes do anúncio de Trump que o presidente "não apoia o uso dos 'bump stocks'" e garantiu que em breve haveria notícias a respeito.
Trump, que apoia a NRA e não mencionou o controle de armas depois de nenhum dos massacres registrados durante seu primeiro ano na presidência, tomou um papel mais ativo na questão depois da chacina na Flórida.
Na segunda-feira, Trump expressou seu apoio a um projeto de lei de alcance limitado, que visa aumentar a cobertura e a eficácia da base de dados nacionais sobre antecedentes criminais, para impedir que pessoas com histórico criminal possam comprar armas.
"Não fechamos a porta a nenhuma medida", afirmou Sanders.
PV/efe/rtr/ap/dpa/afp
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