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"Sem anistia!": Milhares vão às ruas em defesa da democracia

10 de janeiro de 2023

Em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e em vários outros pontos do país, multidões participam de atos pró-democracia aos gritos de "sem anistia", em repúdio ao ataque golpista ocorrido em Brasília.

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Ato em defesa da democracia em São Paulo
Manifestação em defesa da democracia em São Paulo. Participantes pediram a prisão de BolsonaroFoto: Nelson Almeida/AFP

Milhares de manifestantes participaram de atos em defesa da democracia na noite desta segunda-feira (09/01) em São Paulo, Rio de Janeiro, no Recife, Curitiba e outras cidades pelo Brasil, no dia seguinte aos atos golpistas em Brasília, quando grupos organizados extremistas de direita invadiram depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

Manifestantes em defesa da democracia na Avenida Paulista, em São Paulo
Manifestantes em defesa da democracia na Avenida Paulista, em São PauloFoto: Carla Carniel/REUTERS

Em São Paulo, segundo os organizadores, 50 mil pessoas participaram de uma manifestação na Avenida Paulista, em um ato convocado pelas frentes Brasil Popular, Povo Sem Medo, Convergência Negra - Unidade contra o Racismo e Coalisão Negra por Direitos. 

No protesto, que teve o reforço das torcidas organizadas dos quatro grandes times paulistas – São Paulo, Palmeiras, Corinthians e Santos – os manifestantes gritavam "sem anistia e sem perdão, queremos Bolsonaro na prisão", enquanto caminhavam do Masp até a Praça Roosevelt, na região central da cidade.

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) discursou durante o ato. "Nós vamos derrotar os golpistas também através da Justiça, da intervenção do DF, das ações do governo, mas nós vamos derrotar os golpistas não deixando que eles tomem as ruas no nosso lugar. Agora é lutar, tomar as ruas para que a gente garanta que não tenha anistia", disse.

"Sem anistia"

No Rio de Janeiro, os manifestantes pró-democracia se concentraram na Cinelândia, tradicional palco de manifestações populares na capital fluminense, e também entoavam palavras de ordem contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, aos gritos de "sem anistia".

Multidão se reúne na Cinelândia, no Rio de Janeiro, em ato pró-democracia
Multidão se reúne na Cinelândia, no Rio de Janeiro, em ato pró-democraciaFoto: Lucas Landau/REUTERS

Em Belo Horizonte, uma multidão se reuniu na Praça Sete, no centro da cidade, e prosseguiu em uma marcha pacífica até a Praça da Estação. Protestos também pró-democracia foram registrados em várias cidades do interior de Minas Gerais. 

Em Porto Alegre, grande número de manifestantes se acumula na Esquina Democrática, no centro da cidade
Em Porto Alegre, manifestantes se agrupam na Esquina Democrática, no centro da cidadeFoto: SIlvio Avila/AFP/Getty Images

O Centro Histórico de Porto Alegre foi palco de uma manifestação organizada por centrais sindicais, entidades estudantis e partidos políticos. O ato teve início na Esquina Democrática, conhecido por receber manifestações populares desde o século 19.

Em Curitiba, os participantes do ato se reuniram em frente à sede da Universidade Federal do Parana (UFPR), no centro da cidade.

"Não vamos permitir que a democracia escape das nossas mãos"

Um dia após o ataque bolsonarista em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizou, na noite desta segunda-feira uma reunião com os 27 governadores de Estados e do Distrito Federal, chefes do Poder Legislativo e do Poder Judiciário.

"Nós não vamos permitir que a democracia escape das nossas mãos, porque ela é a única chance de a gente garantir [que] esse povo humilde que vive na periferia dormindo na rua consiga o direito de comer três vezes ao dia ou consiga o direito de trabalhar", disse Lula no encontro.

Ato em São Paulo contou com reforço de torcidas de futebol
Ato em São Paulo contou com reforço de torcidas de futebolFoto: Nelson Almeida/AFP

Durante a reunião, os líderes estaduais enfatizaram a necessidade da defesa do estado democrático de direito no país. A governadora Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte, falou da indignação com as cenas de destruição e pediu punição aos golpistas. "Foi muito doloroso ver as cenas de ontem, a violência atingindo o coração da República. Diante de um episódio tão grave, não poderia ser outra a atitude dos governadores do Brasil, de estarem aqui hoje. Esses atos de ontem não podem ficar impunes", afirmou.

Já o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, destacou algumas das ações conjuntas deflagradas pelos estados, como a disponibilização de efetivos policiais para manter a ordem no Distrito Federal e desmobilização de acampamentos golpistas nos estados. "Além de estar disponibilizando efetivo policial, estamos atuando de forma sinérgica em sintonia para a manutenção da ordem nos nossos estados", disse.

Depois do encontro, Lula e os governadores visitaram a sede vandalizada do Supremo Tribunal Federal (STF) para prestar solidariedade aos ministros da Corte.

rc/jps (ots)