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Republicanos conquistam apertada maioria na Câmara dos EUA

17 de novembro de 2022

Maioria será bem mais estreita do que a esperada pelo partido, que previa uma "onda vermelha" nas eleições de meio mandato. Com Senado sob controle democrata, segunda metade do governo Joe Biden terá Congresso dividido.

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Líder republicano na Câmara dos EUA, Kevin McCarthy
Líder republicano na Câmara, Kevin McCarthy pretende assumir a presidência da CasaFoto: Tom Brenner/REUTERS

O Partido Republicano conquistou nesta quarta-feira (16/11) a maioria dos assentos na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, abrindo caminho para dois anos de um Congresso dividido, após o Partido Democrata, do presidente Joe Biden, ter mantido o controle sobre o Senado.

Os republicanos ocuparão ao menos 218 dos 435 assentos da Câmara, ou seja, mais da metade, apontaram as emissoras CNN e NBC e a agência de notícias AP com base em projeções e na contagem de votos das eleições de meio mandato (midterms).

Os democratas contam atualmente com 210 assentos, segundo a CNN, ou 211, segundo a AP. Seis ou sete postos ainda estão em aberto.

Desde 2021, os democratas detinham a maioria tanto na Câmara como no Senado. Agora, a vitória na Câmara dos Representantes dará aos republicanos a capacidade de dificultar substancialmente a agenda legislativa de Biden durante os próximos dois anos.

A maioria conquistada na Câmara, no entanto, será bem mais estreita do que os republicanos esperavam. Com a inflação em alta e a popularidade de Biden em baixa, o partido havia previsto uma "onda vermelha" (em referência à cor da legenda) nas midterms e a conquista do controle sobre as duas casas do Congresso.

Em vez disso, eleitores democratas – impulsionados pela decisão da Suprema Corte de derrubar o direito ao aborto legal e pela oposição a candidatos apoiados por Donald Trump que rejeitam abertamente os resultados da eleição presidencial de 2020 – compareceram em massa às urnas. E os republicanos também perderam terreno com candidatos rejeitados por eleitores moderados por serem considerados extremos demais.

Uma vitória na Geórgia, onde a disputa pelo Senado será resolvida num segundo turno, no início de dezembro, poderia reforçar a maioria dos democratas na Casa. O Senado supervisiona a confirmação de juízes federais e membros do gabinete de governo, e ter a maioria será um trunfo para Biden.

Biden se manifesta contra "guerra política"

O presidente americano parabenizou o atual líder da minoria republicana, Kevin McCarthy, pela conquista da maioria na Câmara e disse estar disposto a cooperar com os congressistas do partido rival na Casa.

"As eleições da semana passada demonstraram a força e a resiliência da democracia americana. Houve uma forte rejeição a negacionistas eleitorais, violência política e intimidação. Houve uma afirmação enfática de que, nos EUA, a vontade do povo prevalece", afirmou Biden em comunicado.

"O futuro é promissor demais para ficar preso em guerra política", acrescentou.

A atual presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, afirmou que os democratas na Câmara "continuarão a desempenhar um papel de liderança no apoio à agenda do presidente Biden, com forte influência sobre uma exígua maioria republicana".

"Os americanos estão prontos para uma nova direção"

McCarthy celebrou a conquista da maioria republicana na Câmara. "Os americanos estão prontos para uma nova direção, e os republicanos na Câmara estão prontos para concretizar isso", escreveu no Twitter.

Na terça-feira, McCarthy foi nomeado pelo partido para a sucessão de Pelosi como presidente da Câmara – mas, para isso, ele ainda precisa do apoio da maior parte da Casa. Com uma maioria estreita e a expectativa de que todos os democratas se oponham a McCarthy, ele poderia ficar sem o voto de apenas alguns poucos republicanos, divididos entre extremistas de direita e os mais moderados.

Apesar do desempenho pior que o esperado nas eleições de meio mandato, o partido ainda terá bastante poder na Câmara. Os republicanos assumirão o controle dos importantes comissões, dando a eles a possibilidade de moldar leis e lançar investigações envolvendo Biden, sua família e seu governo – em retaliação a duas tentativas de impeachment de Trump levadas a cabo pelos democratas.

Na recente campanha eleitoral, candidatos republicanos prometeram cortar impostos e reforçar a segurança nas fronteiras. Na frente internacional, legisladores do partido também poderiam tentar barrar a ajuda militar e econômica dos EUA à Ucrânia, em guerra contra a Rússia.

A conquista da maioria na Câmara pelos republicanos veio um dia depois de Trump anunciar sua pré-candidatura à Presidência em 2024.

lf (AP, AFP, Reuters, Efe, ARD)