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PolíticaReino Unido

Renúncia de Truss abre nova disputa entre conservadores

20 de outubro de 2022

Entre as especulações para ocupar o cargo de primeiro-ministro está até o retorno de Boris Johnson. Outros nomes cotados são Rishi Sunak e Penny Mordaunt.

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Liz Truss
Renúncia de Liz Truss abre segunda disputa pela liderança entre os conservadores em menso de quatro mesesFoto: Daniel Leal/AFP

A renúncia de Liz Truss ao cargo de primeira-ministra do Reino Unido, nesta quinta-feira (20/10), deu automaticamente início à disputa pela sucessão dentro do Partido Conservador, a segunda no intervalo de apenas quatro meses.

Lideranças disseram que um novo nome será escolhido até sexta-feira da semana que vem. Elas também disseram que um candidato necessitará do apoio de ao menos cem parlamentares conservadores, o que, na prática, limita o número de candidatos a no máximo três.

Os candidatos deverão ser indicados até segunda-feira à tarde. Se após uma votação entre os 357 parlamentares conservadores ainda houver mais de um candidato, os membros do partido serão chamados a votar de forma online.

Pouco depois da renúncia já havia especulações sobre possíveis sucessores. O recém-indicado chanceler Jeremy Hunt descartou concorrer. Truss ficará interinamente no cargo até um sucessor para a liderença do Partido Conservador ser escolhido e, depois, nomeado primeiro-ministro pelo rei Charles.

Estes são os principais nomes apontados.

Rishi Sunak

Derrotado por Liz Truss na fase final do processo de nomeação do líder do Partido Conservador, há pouco mais de um mês, o ex-ministro das Finanças Rishi Sunak sempre foi o candidato favorito dos parlamentares conservadores.

Ele obteve 60.399 votos, contra 81.326 para Truss na disputa anterior.

Rishi Sunak
Rishi Sunak ateviu o caos que os planos econômicos do novo governo trariamFoto: PA Media/dpa/picture alliance

O ex-banqueiro de 42 anos tem a seu favor o fato de ser uma figura da ortodoxia orçamental. Mas o seu principal trunfo na sucessão é ter dito antecipadamente que as reduções de impostos propostas por Truss minariam a confiança dos mercados no Reino Unido e criariam um cenário de caos. Foi exatamente o que aconteceu.

Sunak tem, porém, uma grande desvantagem: muitos membros do Partido Conservador não o perdoam por ter deixado o governo do premiê Boris Johnson em julho passado. A saída dele deu início a uma onda de renúncias de ministros, o que precipitou a queda de Johnson.

Sunak é filho de pais indianos e teve uma formação de elite na escola particular Winchester College e em Oxford. Ele é o favorito das casas de apostas, mas ainda não confirmou se está no páreo.

Penny Mordaunt

Também Penny Mordaunt foi candidata na disputa com Truss para suceder a Johnson na chefia do governo britânico. A ministra encarregada das relações com o Parlamento era a favorita dos militantes conservadores no início da campanha, mas acabou em terceiro lugar.

Penny Mordaunt
Penny Mordaunt é carismática e vista como candidata de consensoFoto: Victoria Jones/AP Photo/picture alliance

Carismática, esta ex-ministra da Defesa de 49 anos distinguiu-se no Parlamento na segunda-feira, em substituição de Truss perante a oposição, defendendo com confiança a mudança de rumo econômico e explicando que a primeira-ministra "não está escondida debaixo de uma mesa".

Alguns conservadores acreditam que ela seria uma boa candidata de consenso, para encerrar as divisões internas. Ela não é muito conhecida fora dos círculos conservadores.

Boris Johnson

Um cenário que já circulava na imprensa conservadora britânica era o retorno do ex-primeiro-ministro Boris Johnson. Ele ainda não confirmou se está no páreo.

Fortalecido pela vitória eleitoral obtida no final de 2019, que deu aos conservadores uma maioria inédita desde Margaret Thatcher, nos anos 1990, o rosto do Brexit, que concluiu o intrincado processo de negociação da saída do Reino Unido da União Europeia, é muito popular na base do Partido Conservador, mas enfrenta sérios obstáculos.

Boris Johnson
Boris Johnson pode estar diante de um comebackFoto: Toby Melville/REUTERS

A sua renúncia forçada por uma sucessão de escândalos, entre os quais o das festas na residência oficial de Downing Street, em violação das restrições de combate à pandemia de covid-19, ainda está fresca na memória dos eleitores britânicos, que também lhe atribuem parte da responsabilidade pela atual crise institucional.

E hoje dedicando-se à atividade remunerada de conferencista, ainda não está claro se Johnson, de 58 anos, estará disposto a retomar o comando do partido a dois anos das próximas eleições legislativas. As pesquisas indicam uma vitória esmagadora da oposição trabalhista.

Ben Wallace

Entre os favoritos na última campanha para a liderança do Partido Conservador, o atual ministro da Defesa, Ben Wallace, que tinha decidido não se candidatar para se dedicar à segurança do Reino Unido, viu o seu nome surgir novamente nos últimos dias como uma possível figura em torno da qual o partido poderia se unir.

Wallace, de 52 anos, parece, todavia, afastar essa opção, tendo assegurado na terça-feira ao diário The Times querer manter-se na Defesa.

Suella Braverman

A ex-secretária do Interior Suella Braverman, de 42 anos, que renunciou nesta quarta-feira ao cargo criticando Truss, é outro nome cotado para a sucessão. A decisão dela impulsionou a renúncia da premiê.

Braverman, que já foi advogada-geral da Inglaterra, foi a primeira a se apresentar para a sucessão de Johnson, durante o verão europeu.

Na sua curta passagem pela pasta do Interior, Braverman declarou que seria dura com solicitantes de refúgio e que o sonho e obsessão dela era ver um voo levando os que procuram refúgio no Reino Unido para Ruanda. Ela também defende tirar o Reino Unido da Convenção Europeia de Direitos Humanos.

as (AP, Reuters, APF, Lusa)