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Premiê alemão exige que Rússia descarte guerra nuclear

5 de novembro de 2022

Armas nucleares são "fronteira que não pode ser ultrapassada", adverte Scholz. Irã admite ter fornecido drones à Rússia. EUA prometem US$ 400 milhões em armas à Ucrânia.

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Deutschland | SPD-Debattenkonvent | Bundeskanzler Olaf Scholz
Foto: Christophe Gateau/dpa/picture alliance

O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, instou Moscou a descartar o uso de armamentos atômicos em sua guerra de agressão contra a Ucrânia: "Não é permitido, é inadmissível empregar armas nucleares neste conflito", insistiu o líder num debate de seu Partido Social-Democrata (SPD) neste sábado (05/11), em Berlim.

"Exigimos que a Rússia declare com clareza que não fará isso. Seria uma fronteira que não pode ser ultrapassada", frisou Scholz. Na véspera, durante visita a Pequim, ele alertara contra o perigo de uma escalada, tachando gestos de ameaça nuclear como "irresponsáveis e incendiários".

Na ocasião, o presidente chinês, Xi Jinping, reforçou: "O emprego de armas nucleares ou a ameaça com elas devem ser repudiados." A comunidade internacional deve se empenhar "para que armas atômicas não possam ser usadas e que não se possam travar guerras nucleares", acrescentou.

Em diferentes ocasiões e com diversos graus de explicitude, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, tem reagido à resistência da Ucrânia e das potências ocidentais à sua agressão bélica com ameaças de empregar armamento nuclear. No fim de outubro, supervisionou pessoalmente as manobras nucleares do Exército russo. A Otanclassificou essa intimidação como "chantagem".

Presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski (esq.), e conselhero de Segurança dos EUA, Jake Sullivan, se encontram em Kiev em 4/11/2022
Presidente Volodimir Zelenski (esq.) e Jake Sullivan se encontram em Kiev em 4/11/2022Foto: Ukrainian Presidential Press Office/AP Photo/picture alliance

Mais armas para Kiev, central militar dos EUA na Alemanha

Em Kiev, nesta sexta-feira, o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, assegurou à Ucrânia a manutenção do apoio militar de seu país contra a Rússia, prometendo novos fornecimentos de armas.

O pacote de ajuda militar prometido por Washington, no valor de 400 milhões de dólares, inclui 45 tanques de guerra T-72, inteiramente modernizados, de construção soviética e procedentes da República Tcheca. A Holanda também disponibilizou outros 45 veículos desse tipo.

Sullivan encontrou-se na capital ucraniana com o presidente Volodimir Zelenski, o conselheiro deste, Andrii Yermak, e o ministro da Defesa Oleksii Reznikov, entre outras importantes figuras políticas ucranianas.

Para seguir coordenando o apoio de longo prazo à Ucrânia, os EUA estão instalando uma nova central militar em sua base militar na cidade alemã de Wiesbaden, o Security Assistance Group Ukraine. Segundo o Pentágono, o grupo estará subordinado ao comando americano na Europa.

Irã admite fornecimento de drones à Rússia

Pela primeira vez o Irã admitiu ter fornecido drones de combate para a Rússia, porém antes do início da invasão russa contra a Ucrânia, em 24 de fevereiro. Segundo o ministro iraniano do Exterior iraniano, Hussein Amirabdollahian, a República Islâmica teria entregue um número limitado de drones antes da guerra. Ele desmentiu quaisquer exportações posteriores de armas, ou disponibilização de mísseis.

Os governos ucraniano e americano haviam criticado o fato de drones kamikazes iranianos estarem sendo empregados na guerra na Ucrânia. Houve também notícias do envio de pessoal militar para a península da Crimeia, ocupada por Moscou e ilegalmente anexada desde 2014. A função dos soldados iranianos seria treinar os russos no manuseio dos drones e proporcionar-lhes assistência técnica.

Rússia sobrecarregada com treinamento de recrutas

Segundo analistas britânicos, devido à guerra na Ucrânia as Forças Armadas russas estão sobrecarregadas com o treinamento de novos recrutas. A informação consta do relatório diário do Ministério da Defesa em Londres.

Os russos já estavam tendo dificuldade de organizar treinamento adequado para os cerca de 300 mil reservistas convocados através de uma "mobilização parcial". Segundo as fontes britânicas, o problema deve se agravar ainda mais com o alistamento regular de outono (terceiro trimestre) dos 120 mil jovens em idade de prestar o serviço militar obrigatório.

"Recrutas recém-convocados provavelmente receberão um treinamento mínimo ou nenhum", avaliam os especialistas. No entanto, a mobilização de soldados não treinados praticamente não contribui para as forças de combate da Rússia.

av (Reuters,AP,AFP,DPA)