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PF frustra plano do PCC para assassinar autoridades

Publicado 22 de março de 2023Última atualização 22 de março de 2023

Polícia Federal faz operação contra suspeitos de planejar o sequestro e morte de agentes públicos. Sergio Moro era um dos alvos do grupo. Senador e sua família foram monitorados durante meses.

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Sergio Moro
Sergio Moro era um dos alvos do PCCFoto: Marcelo Chello/Zumapress/picture alliance

A Polícia Federal (PF) realizou nesta quarta-feira (22/03) uma operação para contra membros da facção criminosa PCC suspeitos de planejar o assassinato e sequestro de autoridades, informou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. O ex-juiz e atual senador Sergio Moro era um dos alvos do grupo.

Batizada de Sequaz, a operação cumpriu 24 mandados de busca e apreensão e 11 de prisão no Paraná, São Paulo, Rondônia, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul. Ao menos nove suspeitos foram presos e dois continuam foragidos. Também foram apreendidos uma moto e um carro, ambos da marca BMW no valor estimado de mais de R$ 500 mil, maços de dinheiro, relógios de luxo e colares de ouro.

Segundo a PF, o grupo "pretendia realizar ataques contra servidores públicos e autoridades, incluindo homicídios e extorsão mediante sequestro, em pelo menos cinco unidades da federação". A Polícia Federal apurou que os ataques poderiam ocorrer de forma simultânea.

Um dos alvos seria Sergio Moro, o que foi confirmado por sua assessoria. Moro, quando ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro, determinou a transferência de líderes do PCC para presídios de segurança máxima, numa tentativa de enfraquecer a organização.

A principal liderança do grupo, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, foi transferido do sistema penitenciário estadual de São Paulo para a penitenciária federal em Brasília em fevereiro de 2019. Outros 21 membros da cúpula do PCC foram transportados em um avião das Forças Armadas para presídios federais a partir do aeroporto de Presidente Prudente.

Em 2020, Moro deixou o governo depois de romper com Bolsonaro e, em 2021, foi considerado parcial pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na condenação de Luiz Inácio Lula da Silva. No ano passado, ele foi eleito senador pelo Paraná.

Ataque em nível nacional

Entre os outros alvos do PCC estavam um comandante da Polícia Militar e Lincoln Gakyia, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), de Presidente Prudente, que investiga a facção há 18 anos e vive há mais de dez sob escolta policial 24 horas por dia por causa das ameaças de morte recorrentes.

De acordo com os investigadores, os ataques vinham sendo planejados desde 2022. Um dos motivos seria uma portaria do governo federal que restringiu visitas íntimas nos presídios federais a partir de 2021.

Os criminosos alugaram chácaras, casas e um escritório ao lado de endereços do Moro, sendo que sua família também teria sido monitorada durante meses. Ao menos dez criminosos participavam do monitoramento da família do senador em Curitiba.

Segundo Dino, a intenção do grupo era realizar um ataque em nível nacional. "Foi investigado e identificado um plano de homicídios contra vários agentes públicos (dentre os quais um senador e um promotor de Justiça). Hoje [quarta-feira] a Polícia Federal está realizando prisões e buscas contra essa quadrilha. Meus cumprimentos às equipes da PF pelo importante trabalho", afirmou o ministro da Justiça.

Ao blog da jornalista Andréia Sadi, do G1, Moro disse que estava ciente das ameaças.

"Fui informado do risco", disse o senador.

Por essa razão, a Polícia Legislativa foi acionada para providenciar uma escolta.

Em postagem nas redes sociais, Moro disse que faria um pronunciamento no Senado a respeito do caso. "Por ora, agradeço a PF, PM/PR, Polícias legislativas do Senado e da Câmara, PM/SP, MPE/SP, e aos seus dirigentes pelo apoio e trabalho realizado", escreveu.

O PCC atua dentro e fora dos presídios brasileiros e também em outros países.

rc/le/cn (ots)